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Franz Ferdinand mostra "brasilidade"
Após abrir para o U2 em fevereiro, grupo escocês toca em São Paulo "pela primeira vez" e é atração principal de festival
Fascinada pelo Brasil, banda começou a compor no país as músicas de seu novo álbum, que será mais eletrônico e deve sair em 2007
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Sem o U2 por trás e sem os
fãs do U2 pela frente, a banda
escocesa Franz Ferdinand se
apresenta hoje em São Paulo
"pela primeira vez". O grupo de
carreira meteórica e que faz
rock para dançar é a atração
principal do festival Motomix.
O FF já trouxe a SP, em fevereiro, a turnê de seu segundo
disco, "You Could Have It So
Much Better". Mas o grupo veio
para abrir os shows do U2 no
Morumbi e ficou espremido
entre Bono e seus seguidores.
Desta vez será diferente, promete o líder do FF, o vocalista e
guitarrista Alex Kapranos, que
disse ter escolhido o Brasil para
encerrar essa turnê de 15 meses. "Senti que ficamos devendo isso. Esta com certeza vai ser
nossa primeira vez na cidade.
Foi bom tocar com o U2. Mas
aqueles não foram nossos
shows. Sabemos da grande
quantidade de pessoas que gostam de nossa música em São
Paulo e aqui estamos para, agora sim, fazer um show como ele
tem que ser", disse Kapranos à
Folha, anteontem, no Rio, antes de iniciar sua segunda passagem no país.
Todos do FF afirmam ter
"uma coisa" com o Brasil, o que
explica uma banda como a deles e nesse estágio de popularidade vir duas vezes a um país
tão longe de sua cena em pouco
mais de seis meses. Kapranos
já escreveu sobre a culinária
brasileira em sua coluna de
gastronomia no jornal inglês
"The Guardian". O guitarrista
Nick McCarthy vai estender
sua estadia em SP até o meio da
semana que vem para conhecer
melhor sua "urbanidade".
"Cara, a gente simplesmente
ama este lugar. Gente bonita e
agradável, lugares fantásticos,
comida fantástica. Nós poderíamos morar aqui. Hoje foi o
melhor dos dias. Fomos à praia
e depois compramos um carregamento de discos", disse Kapranos, que, em uma pizzaria
de Copacabana, fez um pedido
que não tinha no cardápio: uma
pizza com espinafre, azeitonas,
salame e um ovo por cima.
Novo disco
Os rapazes saíram mesmo às
compras. Levaram uma viola
caipira Giannini, pandeiro,
tamborim, discos de vinil de
Jorge Benjor, Mutantes, Caetano, Gil e Secos & Molhados.
"Comprei também álbuns dos
Rolling Stones. Tinha um "Beggars Banquet" com uns escritos
em português na capa, o que é
bem "cool"." Outra coisa que o
FF afirma aproximar a banda
do Brasil é que o terceiro álbum
do grupo, a ser lançado em
2007, começou a nascer aqui.
"Músicas como "Can't Stop
Feeling", "L Weels" e "Ghost in a
Ditch" foram ou escritas ou pré-gravadas no Brasil no começo
do ano. Acho que, em "Wine in a
Afternoon", colocamos saxofone e trompete tocados por músicos brasileiros, em um estúdio em São Paulo."
O terceiro álbum do FF já
tem um "nome provisório", diz
Kapranos. "Ele se chamará
"Greatest Hits'", brinca.
E como ele vai soar?
"O primeiro era dance. No segundo, parecemos uma banda
de rock, mesmo. Este terceiro
está mais eletrônico. Quando a
gente percebeu, tínhamos enchido as músicas com sintetizadores. Está ficando bom."
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