São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006

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Franz Ferdinand mostra "brasilidade"

Após abrir para o U2 em fevereiro, grupo escocês toca em São Paulo "pela primeira vez" e é atração principal de festival

Fascinada pelo Brasil, banda começou a compor no país as músicas de seu novo álbum, que será mais eletrônico e deve sair em 2007


LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Sem o U2 por trás e sem os fãs do U2 pela frente, a banda escocesa Franz Ferdinand se apresenta hoje em São Paulo "pela primeira vez". O grupo de carreira meteórica e que faz rock para dançar é a atração principal do festival Motomix.
O FF já trouxe a SP, em fevereiro, a turnê de seu segundo disco, "You Could Have It So Much Better". Mas o grupo veio para abrir os shows do U2 no Morumbi e ficou espremido entre Bono e seus seguidores.
Desta vez será diferente, promete o líder do FF, o vocalista e guitarrista Alex Kapranos, que disse ter escolhido o Brasil para encerrar essa turnê de 15 meses. "Senti que ficamos devendo isso. Esta com certeza vai ser nossa primeira vez na cidade. Foi bom tocar com o U2. Mas aqueles não foram nossos shows. Sabemos da grande quantidade de pessoas que gostam de nossa música em São Paulo e aqui estamos para, agora sim, fazer um show como ele tem que ser", disse Kapranos à Folha, anteontem, no Rio, antes de iniciar sua segunda passagem no país.
Todos do FF afirmam ter "uma coisa" com o Brasil, o que explica uma banda como a deles e nesse estágio de popularidade vir duas vezes a um país tão longe de sua cena em pouco mais de seis meses. Kapranos já escreveu sobre a culinária brasileira em sua coluna de gastronomia no jornal inglês "The Guardian". O guitarrista Nick McCarthy vai estender sua estadia em SP até o meio da semana que vem para conhecer melhor sua "urbanidade".
"Cara, a gente simplesmente ama este lugar. Gente bonita e agradável, lugares fantásticos, comida fantástica. Nós poderíamos morar aqui. Hoje foi o melhor dos dias. Fomos à praia e depois compramos um carregamento de discos", disse Kapranos, que, em uma pizzaria de Copacabana, fez um pedido que não tinha no cardápio: uma pizza com espinafre, azeitonas, salame e um ovo por cima.

Novo disco
Os rapazes saíram mesmo às compras. Levaram uma viola caipira Giannini, pandeiro, tamborim, discos de vinil de Jorge Benjor, Mutantes, Caetano, Gil e Secos & Molhados. "Comprei também álbuns dos Rolling Stones. Tinha um "Beggars Banquet" com uns escritos em português na capa, o que é bem "cool"." Outra coisa que o FF afirma aproximar a banda do Brasil é que o terceiro álbum do grupo, a ser lançado em 2007, começou a nascer aqui.
"Músicas como "Can't Stop Feeling", "L Weels" e "Ghost in a Ditch" foram ou escritas ou pré-gravadas no Brasil no começo do ano. Acho que, em "Wine in a Afternoon", colocamos saxofone e trompete tocados por músicos brasileiros, em um estúdio em São Paulo."
O terceiro álbum do FF já tem um "nome provisório", diz Kapranos. "Ele se chamará "Greatest Hits'", brinca.
E como ele vai soar?
"O primeiro era dance. No segundo, parecemos uma banda de rock, mesmo. Este terceiro está mais eletrônico. Quando a gente percebeu, tínhamos enchido as músicas com sintetizadores. Está ficando bom."


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