São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2001

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DISCOGRAFIA REEDITADA

"Chico Buarque de Hollanda", 66
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A estréia em LP, com o tema de festival "A Banda" e os clássicos "Pedro Pedreiro", "A Rita", "Olê, Olá", "Sonho de um Carnaval"

"Chico Buarque de Hollanda Volume 2", 67
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Mais sambas ora românticos, ora indignados: "Quem Te Viu, Quem Te Vê", "Noite dos Mascarados", "A Televisão", "Morena dos Olhos d'Água"

"Chico Buarque de Hollanda Volume 3", 68
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Chico pisa fundo no protesto ("Roda Viva"), polariza com a tropicália ("Ela Desatinou"), realça o lirismo ("Carolina") e confirma o status de astro

"Chico Buarque de Hollanda Nš 4", 70
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De volta do exílio auto-imposto, o artista lança seu disco mais denso até então, reaparecendo crítico e incisivo em "Essa Moça Tá Diferente", "Agora Falando Sério", "Rosa dos Ventos"

"Construção", 71
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Talvez o mais conceitual de seus trabalhos, marca o encontro breve com o maestro tropicalista Rogério Duprat, no arranjo não tropicalista da faixa-título; o cronista do dia-a-dia ganha ímpeto na cruel e cândida "Cotidiano"

"Quando o Carnaval Chegar" (com Nara Leão e Maria Bethânia), 72
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Começando a ser acossado pela Censura, compõe e interpreta canções para o filme de Cacá Diegues. Por entre regravações de clássicos da música nacional ("Cantores do Rádio", "Formosa"), ironiza o rock (em "Baioque") e sonha com o fim do regime militar (na faixa-título)

"Caetano e Chico Juntos e ao Vivo" (com Caetano Veloso), 72
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Para comemorar a volta de Caetano do exílio, os dois "inimigos íntimos" se reúnem para um show em Salvador, que vira disco irregular de revisão; as novas "Bárbara" e "Ana de Amsterdã" falam de lesbianismo e despertam a fúria da Censura

"Calabar", 73
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Já de sobreaviso, a Censura arrasa a nova peça de Chico e Ruy Guerra, proibindo o espetáculo, vários versos de canções, letras inteiras e a capa ilustrada por um muro pichado; o disco sai mutilado, com capa neutra e rebatizado "Chico Canta"

"Sinal Fechado", 74
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Chico protesta contra o cerceamento de expressão gravando um disco de intérprete meio desajeitado, com canções de gala de Noel Rosa, Dorival Caymmi, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Walter Franco etc., mais inéditas de Caetano e Gilberto Gil

"Chico Buarque & Maria Bethânia ao Vivo" (com Maria Bethânia), 75
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Nada muito além de outro apanhado da obra de Chico (agora com o reforço vocal de peso de Bethânia), uma versão da cantora para "Gita" (de Raul Seixas) e uma inédita parceria: de Chico e Caetano, em "Vai Levando"

"Meus Caros Amigos", 76
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Sob sinais de distensão política, o autor, corajoso, avoluma a indignação fantasiada de temas do dia-a-dia, em "Mulheres de Atenas", "Vai Trabalhar, Vagabundo", "Meu Caro Amigo" e, principalmente, "Corrente"

"Os Saltimbancos", 77
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Chico adapta brilhantemente a versão dos espanhóis Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti para a fábula infantil dos irmãos Grimm, dando fortíssimo peso político/ subversivo ao jumento (Magro, do MPB-4), ao cão (Ruy, do mesmo grupo), à galinha (a irmã Miúcha) e à gata (Nara Leão)

"Chico Buarque", 78
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Os cacos do militarismo e da censura vão sendo recolhidos, com a colagem de faixas proibidas nos anos anteriores ("Cálice", "Tanto Mar", "Apesar de Você")

"Ópera do Malandro", 79
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Elenco estelar canta os temas do novo musical de Chico: Marlene, Moreira da Silva, Nara Leão, Gal Costa, Francis Hime, João Nogueira, Alcione, Zizi Possi...

"Chico Buarque", 80
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Chico tenta se apaziguar, e forra de lirismo ("Eu Te Amo", "Qualquer Canção", "Fantasia", "Mar e Lua", "Já Passou") esgares de revolta como "Não Sonho Mais" e "Bye-Bye, Brasil"

"Almanaque", 81
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De novo, o lirismo é o mote, em "As Vitrines", "Tanto Amar", mesmo na política "Angélica"; mas "O Meu Guri" demarca de forma agressiva a intervenção musical sobre o campo social

"Os Saltimbancos Trapalhões", 81
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Uma inesperada associação cinematográfica -Chico e Os Trapalhões- rende uma nova e bem urdida adaptação musical da fábula dos Grimm, com as vozes adicionais de Elba Ramalho, Bebel Gilberto e Lucinha Lins

"En Español", 82
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De olho em novos mercados, Chico verte para o espanhol temas como "O Que Será", "Geni e o Zepelim", "Construção"...

"Chico Buarque", 84
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Talvez mais perplexo que nos tempos de terror, Chico dialoga com a abertura e o movimento pelas diretas por meio de temas pesados ("Pelas Tabelas", "Brejo da Cruz"), cotidiano sombrio ("Suburbano Coração") e samba-enredo otimista ("Vai Passar")

"Malandro", 85
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Chico volta ao tema da "Ópera do Malandro"; Chico, Gal, Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Bebel Gilberto, Elba Ramalho e Ney Latorraca cantam temas novos ou repescados da versão original

"Ópera do Malandro", 85
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Trilha sonora da adaptação cinematográfica de Ruy Guerra, sem muitos dedos de Chico e com interpretações sofríveis dos atores Edson Celulari, Ney Latorraca e Cláudia Ohana

* ruim
** regular
*** bom
****ótimo


O que continua fora de catálogo

"Morte e Vida Severina", Philips, 66
"Chico Buarque de Hollanda na Itália", RGE, 69
"Per un Pugno di Samba", BMG, 70
"Gota d'Água", BMG, 77
"O Grande Circo Místico", Som Livre, 83
"O Corsário do Rei", Som Livre, 85
"A Dança da Meia-Lua", Som Livre, 88



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