São Paulo, terça-feira, 16 de novembro de 2004

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SÉRIE

Dramas de soldados resume 2ª Guerra

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O que mais impressiona em uma minissérie como "Band of Brothers" é pensar que quase tudo aquilo mostrado foi real. A série, baseada no livro homônimo do historiador americano Stephen Ambrose, mas bem ampliada com base em novas entrevistas, conta a saga de uma companhia (unidade militar com entre 150 e 200 homens) de soldados americanos do treinamento até o fim da Segunda Guerra.
O livro, e a série, são bons exemplos para se entender a dinâmica do combate. Por que um sujeito em plena consciência pula de pára-quedas de noite e vai tentar matar outros sujeitos?
O título da série é a chave: bando de irmãos. Soldados não lutam por pátria, por honra, por grana, a não ser em casos específicos; a maioria luta para sobreviver, e uns pelos outros. A única maneira de manter a sanidade em combate é buscar apoio no companheiro.
A expressão "bando de irmãos" foi usada por Shakespeare, colocada na boca do rei inglês Henrique 5º antes da batalha de Agincourt em 1415; depois foi usada para se referir aos capitães subordinados ao maior almirante da história, o também inglês (já então, britânico) Horatio Nelson.
Ambrose pesquisou uma unidade de elite, uma companhia da 101ª Divisão Aerotransportada, que ainda existe hoje, e está volta e meia em ação no Iraque. Teria sido mais difícil fazer o livro e a série de TV usando tropas de unidades mais comuns. Haveria menos drama. Mas o resultado foi válido, pois se tratava de resumir através das ações de um "bando de irmãos" um momento dramático da história, a reconquista da Europa Ocidental aos nazistas.
Goste-se ou não do que a 101ª representa hoje, seus ancestrais libertaram uma parte do mundo, incluindo tomar campos de extermínios de judeus. Não foi pouco, e essa série corretamente celebra a coisa, com o mínimo de "patriotada", como costumam dizer os antiamericanos.

BAND OF BROTHERS. Quando: hoje, às 21h, no canal A&E Mundo.


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