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Crítica
Sofia Coppola vê rainha apenas como jovem mulher
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Maria Antonieta" (Cinemax, 22h15; 14 anos) não é bem
o que se espera de uma biografia da trágica rainha decapitada
durante a Revolução Francesa.
No filme de Sofia Coppola,
ela não é nem uma vítima inocente, culpabilizada pelos revolucionários malvados (essa sorte é reservada, em geral, aos
bolcheviques), nem a rainha da
futilidade, incapaz de ver o
mundo além dos muros do Palácio de Versalhes.
A Maria Antonieta de Sofia é,
antes, uma jovem mulher forçada a seguir os códigos rígidos
das monarquias.
Por conta de seu arranjo
nupcial, ela deve trocar a sua
corte de origem (Áustria, é isso?) pela da França. Deve deixar para trás um mundo, a infância, seus afetos.
Depois, vem o casamento
com Luís 16. Que é visto no longa-metragem como um cara
péssimo de cama (historiadores acham que a história é mais
complicada que isso). O fato é
que a vida de Maria Antonieta,
no filme, é uma sequência de
renúncias e deslocamentos.
Não é uma rainha, só uma jovem mulher.
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