São Paulo, Quinta-feira, 16 de Dezembro de 1999


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E no princípio era o... CLASH

Reprodução
Joe Strummer em show do Clash em NY (81)



Banda inglesa que revolucionou o pop a partir do punk renasce em CD ao vivo, discografia relançada e vídeo inédito


LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada

É o que falam. Se essa coisa chamada rock'n'roll diz algo para a sua existência e você não é daqueles que consideram o Clash um dos três maiores grupos de sua vida (quaisquer que sejam os outros dois), sua carreira na cultura pop tem uma falha sensível.
Mas ainda há uma chance de reparo. Um extraordinário trabalho de resgate do nome da banda inglesa The Clash emergiu este ano na Inglaterra, já ecoa nos Estados Unidos e acaba de chegar ao Brasil.
Aqui, as lojas de discos começaram a receber nesta semana, como lançamento nacional, o muito, muito, muito esperado álbum "From Here to Eternity", 17 hinos ao vivo da banda que marcou a história do fenômeno punk e moldou o pós-punk. São canções inéditas tiradas de performances do grupo inglês de 1978 a 1982, extraídas de apresentações em Londres, Boston e Nova York.
Na Inglaterra, a CBS relançou praticamente toda a discografia do Clash, do debut "The Clash" (nas duas versões, a inglesa, de 77, e a americana, de 79) a "Combat Rock", de 82. Estão incluídas no pacote as coletâneas "Super Black Market Clash", "The Story of the Clash - Vol. One" e "Singles". E espertamente omitido o fiasco "Cut the Crap", pastiche deles mesmos lançado em 85.
Como parte dos relançamentos, o histórico álbum duplo "London Calling" (79/80) ganhou edição especial e limitada em CD. São 10 mil cópias que reproduzem o formato quadrado do vinil.
Ainda no Reino Unido, em setembro último, os ex-guitarristas Joe Strummer e Mick Jones, o baixista Paul Simonon e o baterista Topper Headon foram reagrupados em um cinema londrino na primeira sessão do filme "Westway to the World", documentário sobre o Clash que foi lançado na Europa e está para sair nos EUA.
"Westway to the World" passou recentemente em versão editada na BBC e (incrível) aqui no Brasil, no canal pago Film & Arts (TVA e DirecTV). No mesmo Film & Arts, está programada para o próximo dia 29 (com duas reapresentações no dia 30) mais uma exibição da versão para TV do filme do Clash.
E, por fim, recentemente chegou às lojas de discos (Europa e EUA, Brasil não) o álbum "Rock Art and the X-Ray Style", a primeira aventura solo de Joe Strummer desde o final do Clash, em 1986. O ex-líder, guitarrista e vocalista do Clash, agora acompanhado pela banda The Mescaleros, já fez elogiada pequena turnê na Inglaterra, está atualmente correndo a América (shows e programas de TV) e prepara um grande giro britânico com seu novo grupo para março do ano 2000.
Strummer, além das novas canções, tem tocado com os Mescaleros vários clássicos do Clash, nas apresentações ao vivo.
Na página 4-6, leia entrevista com Joe Strummer e críticas dos álbuns "From Here to Eternity" (Clash) e "Rock Art and the X-Ray Style" (Joe Strummer and the Mescaleros), mais uma resenha sobre o vídeo "Westway to the World".
Todo esse "boom" é motivo suficiente para entender por que o Clash ficou conhecido no mundo roqueiro como "a única banda que importava", alcunha que claramente ilumina aquela que foi (consenso, consenso) uma das mais inovadoras e ao mesmo tempo comercialmente bem-sucedidas bandas a sair da podreira punk para estabelecer uma rebelião política jovem, juntar reggae, blues e soul ao punk e transformar a mistura em pop art.
Longa vida ao finado Clash.


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