da Redação

Quando o rock parece chato e a indústria fonográfica só consegue germinar CDs acústicos/covers...
A importância do relançamento (no exterior) dos discos que pontuaram a trajetória do Clash dos pubs ingleses imundos de 76 até os shows de estádio nos EUA é tamanha que não caberia em um texto pequeno como este.
Ouvir e reouvir o primeiro, "The Clash", a obra-prima "London Calling" (não há lista decente de melhores do século que não inclua este entre os, digamos, cinco mais), o revolucionário disco triplo "Sandinista!" é perceber que a banda de Joe Strummer e Mick Jones foi tudo o que um grupo de rock precisava ser.
O Clash participou com destaque na vital revolução punk, permaneceu sempre engajado em seus ideais sociopolíticos, se reinventou quando necessário, experimentou estilos musicais e com isso apontou caminhos para o futuro do pop.
E tudo por meio de grandes músicas e letras da mais alta qualidade, que faziam do Clash uma fábrica de hinos, da catártica "London's Burning" à popesca "Should I Stay or Should I Go" .
É de arrepiar pegar na mão a reedição especial do álbum "London Calling", remasterizado e numerado, que reproduz uma capa de disco de vinil, só que em miniatura.
Sob a terra arrasada pelo punk, o Clash teve peito para mudar seu som e se aventurar em um álbum triplo sensacional, o estiloso "Sandinista!", que pôs a fúria punk a flertar com outros ritmos, disseminando tendências.

Ao vivo
O eternamente esperado álbum ao vivo do Clash finalmente veio à luz. Cravado em suas 17 faixas está todo o famoso vigor de uma performance do Clash, cantadas e tocadas como se cada música fosse a última.
A visceral combinação voz marcante/letras inspiradas/músicos excelentes (eles eram punks, hein?) está contida nesse registro ao vivo. Feliz de quem testemunhou uma apresentação do Clash.
O "setlist" do disco é poderoso: "London Calling", "Clash City Rockers", "(White Man) In Hammersmith Palais", "Train in Vain", "I Fought The Law". Aliás, todas.
Tem até um exemplar (a canção "Career Oportunities") da histórica apresentação conjunta do Clash com o The Who em NY, no Shea Stadium, outubro de 1982, considerado um dos principais concertos da história do rock.

Mescaleros
E eis que o "senhor" Joe Strummer empunha de novo sua guitarra para capitanear o projeto que é chamado Joe Strummer and the Mescaleros.
A voz de Joe Strummer, à beira do ano 2000, ainda emociona. Puxado pelo ótimo single "Yalla Yalla", o álbum lembra o Clash bem mais da guinada reggae/ska, quase nada dos heróis do punk.
O CD mescla grandes canções com outras de resultado irregular, com destaque para as bacanas "X-Ray Style" e "Techno D-Day".
Seria apenas um disco razoável. Mas tem Joe Strummer e exala um cheirinho de Clash. Pronto: virou obrigatório.
(LÚCIO RIBEIRO)


Discos: The Clash/Give 'Em Enough Rope/London Calling/Sandinista!/ Combat Rock/The Clash (US Version)/ Super Black Market Clash/The Story of the Clash - Volume One/Singles
Banda: The Clash
Gravadora: CBS (importado)
Onde encontrar/encomendar: London Calling (0/xx/11/223-5300), Indie Records (0/xx/11/816-1220)


Disco: From Here to Eternity
Banda: The Clash
Gravadora: Sony
Quanto: R$ 20, em média


Disco: Rock Art & The X-Ray Style
Banda: Joe Strummer and the Mescaleros
Gravadora: Hellcat Records (importado)
Onde encontrar/encomendar: London Calling (0/11/xx/223-5300), Indie Records (0/xx/11/816-1220)

Avaliações: The Clash      Give 'Em Enough Rope    
London Calling     
Sandinista!     
Combat Rock    
The Clash (US Version)    
Super Black Market Clash   
The Story of the Clash - Volume One     
Singles    
From Here to Eternity     
Rock Art and the X-Ray Style