São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000

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DA RUA

Invasão de domicílio



FERNANDO BONASSI

Ao chegar de viagem, M. abriu a porta para ver que não foi deixada gaveta sobre gaveta em seu apartamento. Os assaltantes ainda cozinharam, rasgaram o sofá, estilhaçaram bibelôs, espalharam vestidos, pijamas, lingerie e riscaram palavrões nas paredes com dedos encardidos de sabe-se-lá-o-quê. No quarto, sobre o colchão nu, uma poça de urina. M. deu queixa e foi prontamente atendida. Vieram polícia e perícia, dizendo conhecer o estilo, saber quem foi e que em breve ela teria boas notícias. A última coisa que M. quer saber, no entanto, é quem fez aquilo. Nada de valor foi roubado e não há nada a recuperar... exceto, talvez, essas suas intimidades, que PMs e vizinhos vêem agora atiradas de forma obscena pelo chão.


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