São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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No set, Estrella prefere manter distanciamento

DA SUCURSAL DO RIO

Nas gravações, João Guilherme Estrella se mantém neutro, pouco interfere e raramente dá palpites. Ele só conversa com os atores quando procurado para falar de episódios que viveu. "Fico meio assim. Não quero ficar em cima o tempo inteiro", afirma.
Ao assistir às filmagens, ele se emociona, mas só mais tarde aquilata o quanto. "Eu me comovo. Mas essa percepção de quanto aquilo mexe comigo não é imediata. Só depois que eu saio [do set] é que sinto que foi além."
Para o ator Selton Mello, 33, o ex-traficante demonstra uma capacidade rara de suportar rever, mesmo como ficção, episódios dramáticos dos quais participou. "Se tivesse passado o que ele passou, eu não conseguiria vir ao set. Ele se diverte, parece que não é ele. Ri, acha graça", observou o ator na terça-feira, antes de filmar no cenário montado na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no centro do Rio.
Um das características relacionadas à história de Estrella que mais surpreende o ator é o fato de um traficante internacional de cocaína dispensar armas e capangas.
"Ele era um bom vendedor. Bom de lábia, mas sem ser cafajeste. Todo mundo com quem falei que o conhece conta que João sempre foi um cara muito para cima", diz.
Embora admita ter simpatia pela figura que interpreta, Mello diz que procura retratá-lo de uma maneira que escape a comparações.
"Há um limite tênue nisso. Temos no filme nossa base para voar, nossa liberdade. Falei com muita gente sobre ele. Joguei tudo no liqüidificador. Fizemos o nosso João. Muita gente que o conheceu pode dizer que não é o João. E não é mesmo", avalia.
O diretor Mauro Lima elogia o comportamento de Estrella no set. "Ele não é invasivo, respeita as opções artísticas ficcionalizadas. Sua presença é de muita valia, e está na medida certa." (ST)


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