São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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Saga de playboy que virou traficante é filmada no Rio

Caso real retratado no livro "Meu Nome Não É Johnny" vira filme homônimo com Selton Mello e dirigido por Mauro Lima

Longa previsto para estrear no fim de 2007 conta história de jovem da zona sul que, ao ser preso, já era o maior fornecedor da elite carioca


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A história real do playboy que no fim dos anos 80 e início dos 90, sem arma nem quadrilha, virou um grande traficante internacional de cocaína do Rio está virando filme. Com Selton Mello no papel do hoje produtor de shows e músico João Guilherme Estrella, "Meu Nome Não É Johnny" deve estrear em outubro de 2007.
Inspirado no livro homônimo do jornalista Guilherme Fiúza, lançado pela Record em 2004, o filme mostrará a trajetória de Estrella da infância à liberdade. Garotão da zona sul que cheirava cocaína, Estrella, ao ser preso pela Polícia Federal, já ostentava a condição de principal fornecedor da droga para a elite do Rio.
O longa, dirigido por Mauro Lima, 39 (de "Tainá 2"), e com Cléo Pires, André de Biase, Julia Lemmertz e Cássia Kiss no elenco, está sendo rodado no Rio -a Folha acompanhou as filmagens. Em janeiro, parte da equipe segue para Barcelona e Veneza, últimas locações previstas.

Dependente
Estrella foi preso em 1995 e condenado a quatro anos de prisão, convertidos em dois anos cumpridos no manicômio judiciário. A tese de sua defesa, de que era mais dependente do que traficante, convenceu a Justiça. O fato de não ter enriquecido -compulsivo, gastava com rapidez o que ganhava no tráfico- foi fundamental para que obtivesse uma pena mais compatível com dependência.
Hoje com 45 anos, Estrella foi solto em 1998 e passou a produzir shows de artistas como Hyldon ("Na Rua, na Chuva, na Fazenda" e "As Dores do Mundo"). Agora, prepara o lançamento do primeiro CD, com músicas próprias, uma delas em parceria com o baixista Rodrigo Santos (Barão Vermelho), e releituras de Secos e Molhados e Capital Inicial.
O cineasta Mauro Lima diz que, ao ler o livro, imaginou que daria um bom filme, mas soube que a produtora Mariza Leão (Atitude Produções e Empreendimentos) comprara os direitos. Por sugestão de Selton Mello, Lima foi escolhido para a direção. Junto com Mariza, é o responsável pelo roteiro.
Caberá à veterana Eva Todor a tarefa de conduzir os trechos mais bem-humorados do filme. Ela interpreta dona Marly, traficante de Copacabana com quem Estrella negocia e de quem recebe conselhos. A inusitada história é real. A vovó traficante, educada, simpática e de classe média existiu mesmo.
Com produção orçada em R$ 6 milhões, "Meu Nome não é Johnny" é co-produzido pela Sony Pictures e pela Globo Filmes e tem patrocínio da Petrobras, do BNDES e da BBDTVM.


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