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Saga de playboy que virou traficante é filmada no Rio
Caso real retratado no livro "Meu Nome Não É Johnny" vira filme homônimo com Selton Mello e dirigido por Mauro Lima
Longa previsto para estrear no fim de 2007 conta história de jovem da zona sul que, ao ser preso, já era o maior fornecedor da elite carioca
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A história real do playboy
que no fim dos anos 80 e início
dos 90, sem arma nem quadrilha, virou um grande traficante
internacional de cocaína do Rio
está virando filme. Com Selton
Mello no papel do hoje produtor de shows e músico João
Guilherme Estrella, "Meu Nome Não É Johnny" deve estrear
em outubro de 2007.
Inspirado no livro homônimo do jornalista Guilherme
Fiúza, lançado pela Record em
2004, o filme mostrará a trajetória de Estrella da infância à liberdade. Garotão da zona sul
que cheirava cocaína, Estrella,
ao ser preso pela Polícia Federal, já ostentava a condição de
principal fornecedor da droga
para a elite do Rio.
O longa, dirigido por Mauro
Lima, 39 (de "Tainá 2"), e com
Cléo Pires, André de Biase, Julia Lemmertz e Cássia Kiss no
elenco, está sendo rodado no
Rio -a Folha acompanhou as
filmagens. Em janeiro, parte da equipe segue
para Barcelona e Veneza, últimas locações previstas.
Dependente
Estrella foi preso em 1995 e
condenado a quatro anos de
prisão, convertidos em dois
anos cumpridos no manicômio
judiciário. A tese de sua defesa,
de que era mais dependente do
que traficante, convenceu a
Justiça. O fato de não ter enriquecido -compulsivo, gastava
com rapidez o que ganhava no
tráfico- foi fundamental para
que obtivesse uma pena mais
compatível com dependência.
Hoje com 45 anos, Estrella
foi solto em 1998 e passou a
produzir shows de artistas como Hyldon ("Na Rua, na Chuva, na Fazenda" e "As Dores do
Mundo"). Agora, prepara o lançamento do primeiro CD, com
músicas próprias, uma delas
em parceria com o baixista Rodrigo Santos (Barão Vermelho), e releituras de Secos e Molhados e Capital Inicial.
O cineasta Mauro Lima diz
que, ao ler o livro, imaginou que
daria um bom filme, mas soube
que a produtora Mariza Leão
(Atitude Produções e Empreendimentos) comprara os
direitos. Por sugestão de Selton
Mello, Lima foi escolhido para
a direção. Junto com Mariza, é
o responsável pelo roteiro.
Caberá à veterana Eva Todor
a tarefa de conduzir os trechos
mais bem-humorados do filme.
Ela interpreta dona Marly, traficante de Copacabana com
quem Estrella negocia e de
quem recebe conselhos. A inusitada história é real. A vovó
traficante, educada, simpática e
de classe média existiu mesmo.
Com produção orçada em R$
6 milhões, "Meu Nome não é
Johnny" é co-produzido pela
Sony Pictures e pela Globo Filmes e tem patrocínio da Petrobras, do BNDES e da BBDTVM.
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