Pianista faz apresentação beneficente com a Sinfônica Heliópolis para ajudar a fundação Bacarelli

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Embalado pela crítica elogiosa do jornal "The New York Times" ao recital que deu domingo no Town Hall, na cidade norte-americana, o pianista carioca radicado nos EUA participa hoje, em São Paulo, de um concerto beneficente.
O diário nova-iorquino chamou de "um modelo de equilíbrio e imaginação" o desempenho de Cohen ao enfrentar 24 prelúdios e quatro scherzos de Chopin. No Brasil, ele abriu mão do cachê para tocar, no Teatro Municipal hoje, às 21h, com a Sinfônica Heliópolis, regida por Roberto Tibiriçá. A apresentação será repetida na sexta (22), no Rio de Janeiro.
Foi em 96 que o maestro Sílvio Baccarelli fundou o instituto que leva o seu nome, oferecendo educação musical a jovens de baixa renda. Ligada ao Instituto Baccarelli, para o qual será revertida a renda da apresentação de hoje, a Sinfônica Heliópolis tem cerca de 65 integrantes entre 15 e 25 anos.
"Eu acho que não é favor, é uma obrigação ajudar essas iniciativas", diz o pianista. "Para mim, colocar esses garotos para tocar instrumentos é ajudar a salvar as vidas deles. O som que emana dessa orquestra é o som da dignidade. E o Tibiriçá está fazendo um trabalho maravilhoso, cuidando bastante da parte rítmica e da afinação."
Cohen sola no "Primeiro Concerto para Piano e Orquestra" de Mendelssohn, em noite complementada pela abertura da ópera "A Flauta Mágica", de Mozart, e pela "Oitava Sinfonia" de Dvorák (pronuncia-se "dvórjak"). O encontro está sendo documentado pelo Futura, que exibirá programa especial no dia 31, às 22h. Depois de duas décadas residindo em Londres, o pianista mudou-se há dois anos para os EUA, onde leciona na Universidade de Bloomington (Indiana). "Acho que a decisão de me mudar para os Estados Unidos foi acertada", avalia. "Lá tenho tranqüilidade e valorização profissional."