São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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VIVIAN WHITEMAN - ultima.moda@grupofolha.com.br

Inversão térmica

ESTILISTAS DO FASHION RIO DEIXAM PARA TRÁS INVERNO ESCURO E PESADO E INVESTEM EM COLEÇÕES LEVES E COLORIDAS PARA O FRIO

A previsão do tempo indica: o próximo inverno será feito de um friozinho à toa, desses que só pedem um casaquinho de nada, um cardigã leve ou uma confortável jaqueta corta-brisa.
As coleções da temporada outono-inverno 2011 do Fashion Rio, que terminou ontem, entraram em sintonia como clima brasileiro. Os estilistas deixaram para trás os excessos de pele e couro e investiram em tricôs, parkas de inspiração náutica e casacos leves. Os pretos e cinzas soturnos deram lugar a cores e estampas antes reservadas apenas aos dias de verão.
O elemento esportivo permeou boa parte das coleções, sempre diluído e misturado a outras referências. No balaio de inspirações, muitos repetecos da estação passada e algumas novidades sem muito brilho. Os anos 70 continuam na briga, trazendo a tiracolo elementos étnicos e estamparia colorida.
Peças inspiradas nos uniformes de balé, geometrias e minimalismos com espírito sessentinha e, mais uma vez, o navy, também entraram no repertório da maior parte das grifes do evento.
O look-chave da temporada tem um pé nos anos 70 e outro no movimento grunge: saia longa combinada com camisas, blusões ou jaquetas molengas, no melhor estilo largado-chic.
Em geral, a semana se arrastou entre coleções de elegância óbvia e desfiles apenas corretos, para não falar dos irrelevantes do ponto de vista do estilo. A grife British Colony se destacou da multidão com uma exemplar reinvenção do navy, que uniu design arrojado, boa estamparia e alto potencial comercial.
O Fashion Rio atraiu, em conjunto com o Rio-à-Porter (salão de negócios do evento), cerca de ia mil visitantes ao Píer Mauá.
Entre compradores e convidados, a semana de desfiles, que teve como tema a "alma carioca", rolou entre as tragédias da chuva e a tentativa de vender aos compradores e jornalistas estrangeiros a ideia de uma "brasilidade fashion" originalíssima, que, no entanto, custou a dar as caras na passarela.

Fashion Business ganha força na temporada carioca

O salão de negócios carioca Fashion Business está se transformando em um concorrente de peso para o Fashion Rio.
Comandado pela empresária Eloysa Simão, ex-diretora do Fashion Rio, o evento ocorreu na Marina da Glória, entre domingo e quinta passados, e encerrou sua `17ª edição com cerca de R$ 700 milhões em negócios fechados.
"Temos um foco empresarial, sem afetação", diz Eloysa. O evento atraiu um total de 60 mil visitantes. Entre eles, 30 mil compradores de vestuário e 10 mil de utilitários (manequins, maquinário etc), que conferiram as novidades das 310 marcas que se espremeramno espaço de 30 mil m² montado pela organização na Marina da Glória.
Mas não é só isso. Os desfiles do Fashion Business, antes técnicos, ganharam nesta edição uma produção mais caprichada. Entre as grifes que subiram à passarela estão as "ex-Fashion Rio" Mara Mac e Cavendish, além de Francesca Romana Diana e Carlos Miele, que lotaram o Copacabana Palace em apresentações concorridíssimas.
"Se o que está na passarela não vende, isso pra mim não é marca. Todos os expositores do Fashion Business, inclusive os que desfilaram, são saudáveis financeiramente", afirma.
Segundo a empresária, o evento é focado apenas nas classes A e B. "Não tenho preconceito contra a classe C, só acho que ela não dialoga com o design de moda", afirma Eloysa Simão.
O Fashion Business custou R$ 16 milhões e viu seu volume de vendas crescer 25% em relação à temporada passada de inverno, acirrando a disputa com o Fashion Rio.
"Adoro concorrência quando ela é leal. Não trabalho com deslealdade", provoca Eloysa.



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