SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

É de esperar que um documentário sobre a psicologia do humor seja no mínimo engraçado. O surpreendente é que também seja instrutivo. Esse é o sucesso de "Não Brinca!" ("No Kidding!").
Dirigido pelo premiado John Zaristky, o programa delineia uma pesquisa inglesa denominada Laugh Lab (laboratório do riso). Realizado em 2001, o projeto apoiado pela Associação Britânica para o Avanço da Ciência coletou, pela internet, anedotas vindas de quase 70 países, com o objetivo de encontrar "a piada mais engraçada do mundo".
No site do projeto, os visitantes registravam suas piadas favoritas, além de ser submetidos a algumas das anedotas do banco de dados e ter de regular o "risadômetro", apontando o quanto gostaram de cada piada. Com voluntários no Reino Unido, os cientistas fizeram tomografias para acompanhar as reações do cérebro.
A idéia era obter dados estatísticos sobre as reações ao humor, numa tentativa de entender que dinâmica ele tinha dentro de diferentes culturas. Mais de 40 mil piadas foram registradas; o Laugh Lab descobriu que o grau de tristeza de uma população é inversamente proporcional ao quanto ela é capaz de rir de uma piada.
Os alemães são os que riem mais fácil de uma anedota; os canadenses são extremamente exigentes. A pesquisa também determinou qual seria o animal mais engraçado, aquele que numa piada agrada mais. O vencedor foi o pato. (Descoberto o segredo de Donald e Patolino?)
Na TV, o processo é mais ativo: o telespectador acompanha um tour ao redor do mundo, em que cientistas contam e pedem que outros contem piadas. Nas paradas, Egito, Alemanha, Japão, Reino Unido, Canadá e Austrália.
O único ponto fraco do programa para o público brasileiro é a intraduzibilidade de algumas das piadas em inglês. E, no final das contas, o documentário apresenta o que seria a piada mais engraçada do mundo. Dois caçadores estão na floresta e... o resto você confere em "Não Brinca!".