ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

A polêmica sobre a turnê do grupo irlandês U2 no Brasil ameaça chegar aos tribunais. O empresário Franco Bruni, promotor dos shows, poderá entrar com uma ação contra a C&A, responsável pela venda dos ingressos.
Em notificação enviada à C&A, Bruni alega que falta mais de R$ 1 milhão na prestação de contas apresentada. Segundo ele, 212 mil ingressos foram entregues à rede, totalizando mais de R$ 9 milhões.
Esse dinheiro não voltaria todo para o empresário. A C&A teve de pagar cartas com vários custos. A diferença de contas, segundo advogados de Bruni, descontam obrigações e as sobras de ingressos.
Bruni diz não saber o número dos ingressos devolvidos. Para a C&A, além de não ter sobrado nada para ele, ficaram faltando R$ 140 mil para o pagamento dos direitos autorais ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), em SP, disse o diretor financeiro do Grupo, Luís Chiriak.
Chiriak explica: quando ficou decidida a transferência do show para o autódromo Nelson Piquet, a promoção recolheu parte dos ingressos para carimbá-los, sem comunicar à C&A nem a quantidade recolhida, nem a devolvida.
"Devido a esse comportamento, estamos com dificuldades para conciliar o que eles dizem ter devolvido com o que mostra o caixa", diz. A C&A vendeu os ingressos como investimento em marketing e não foi paga pelo serviço, segundo Chiriak.



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