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A cantora Charlotte Church durante show no hotel Renaissance

especial para a Folha

A cantora britânica Charlotte Church, 14, deu um show seguido de uma coletiva anteontem à noite no hotel Renaissance, em São Paulo. O objetivo do evento era divulgar no Brasil seu segundo CD, que leva o seu nome.
Com seu primeiro trabalho, "Voice of an Angel", Church já atingiu a marca de cinco milhões de cópias vendidas no mundo todo. A jovem cantora já se apresentou para várias personalidades, entre elas o papa João Paulo 2º e o presidente norte-americano, Bill Clinton.
A imprensa britânica estimou seus ganhos, no ano passado, em aproximadamente seis milhões de libras esterlinas, o que já ocasionou briga pelo butim.
Os pais da cantora acabam de demitir Jonathan Shalit, seu antigo empresário, que a descobriu em um programa de talentos da TV britânica.
Na coletiva, Church não quis comentar a demissão de Shalit, dizendo apenas não ser verdade que sua mãe vá agora passar a empresariá-la.
Fenômeno de vendas no Reino Unido, ela ficou conhecida por aqui ao unir seu vibrato sem apoio ao vibrato "kitsch" de Agnaldo Rayol em "Tormento d'Amore", tema de abertura da novela "Terra Nostra", da TV Globo. A música está no novo disco.
A Sony, gravadora de Church, tenta vendê-la como a criança que canta como se fosse um soprano adulto e a faz interpretar, neste CD, árias pesadas e inadequadas a seu tipo de voz, como a "Ária das Jóias", de Gounod, e "O Mio Babbino Caro", de Puccini.
O fenômeno assemelha-se ao de Andrea Bocelli, cuja gravadora, a Universal, insiste em vender como um tenor de verdade, embora, sem microfone, não consiga projetar sua voz além da sexta fileira de uma casa de ópera.
No Brasil, Church vai ainda aos programas de televisão dos apresentadores Xuxa e Fausto Silva, além de visitar o set de filmagens de "Terra Nostra".
(IRINEU FRANCO PERPETUO)


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