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SHOW - CRÍTICA
Vexame é circo, é mico, é riso
LUIZ CAVERSAN
da Reportagem Local
Num suposto e exagerado cenário de televisão, lá está a estrela
Maralu Menezes e sua trupe para
a gravação do programa em que a
estrela retorna (?) do anonimato.
O programa faz singela homenagem aos 500 anos do Brasil,
com cenário de palmeiras e jibóias de papelão, uma índia gorda e acabada, chamada Jabaquara, e o colorido faiscante que lembra uma escola de samba.
Poderia se chamar "500 Anos de
Brega, Brega Mesmo", porque o
que se vê no palco do teatro Jardel
Filho é o supra-sumo do gênero
que ainda abunda na TV.
O detalhe, altamente relevante,
é que se ri muito, muito mesmo,
porque é um show de Marisa Orth
e a sua banda Vexame.
Não se ri apenas com o repertório desfiado por Marisa (Maralu),
Pazetto (ótimo como Malcon
Everson), Papini (Cido Campos)
e Fernando Salém (como João Alberto). É tudo diversão.
Marisa comanda a brincadeira,
que tem muito de circense, seja
pelo nonsense das palhaçadas ou
pelo anão, bichos de fantasia ou
"efeitos especiais" ridículos.
E Marisa? Ela canta e encanta,
poderia dizer a personagem que
encarna. Assim como o fazem
(ora mais, ora menos) os demais
componentes do grupo (apoiados
por uma boa banda de guitarra,
baixo, bateria e teclados).
No espetáculo da última segunda-feira, a coisa estava um pouco
desamarrada, houve esquetes
longos demais e alguma perda de
ritmo. Poderia ter sido mais curto, por exemplo.
Mas nada que comprometesse a
diversão diante dos sucessos do
cancioneiro brega de autoria de
Wando, Fábio Jr., Reginaldo Rossi, Ritchie, Sidney Magal e a dupla
argentina Pimpinela (diálogo
musical já clássico entre Marisa e
Pazetto, em "Siga Seu Rumo").
A platéia paga um mico, quando Maralu pega um ou outro para
Cristo no tal programa de TV. Na
segunda-feira, dia de celebridades
na platéia, sobrou para o casal Roberto Justus e Eliana.
A ela Maralu pergunta se gosta
de sexo. "Bastante", responde a
loirinha da TV, encabulada. "Você é casado, solteiro ou tico-tico",
pergunta a Justus. "Namorado",
responde o publicitário.
Como diz o título da banda, vexame é o que não falta nessa mescla de show de cabaré, teatro musical e circo. É diversão garantida
e daria até para ver de novo, não
fosse o desconforto das pavorosas
poltronas do teatro.
Avaliação:
Show: Marisa Orth e Vexame no Jardim
das Delícias
Quando: 21h30 (sex.), 20h e 22h30
(sáb.) e 19h (dom.)
Onde: teatro Jardel Filho (av. Brigadeiro
Luis Antonio, 884, tel. 3107-3364)
Quanto: de R$ 10 a R$ 40
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