São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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SHOW - CRÍTICA
Vexame é circo, é mico, é riso

LUIZ CAVERSAN
da Reportagem Local

Num suposto e exagerado cenário de televisão, lá está a estrela Maralu Menezes e sua trupe para a gravação do programa em que a estrela retorna (?) do anonimato.
O programa faz singela homenagem aos 500 anos do Brasil, com cenário de palmeiras e jibóias de papelão, uma índia gorda e acabada, chamada Jabaquara, e o colorido faiscante que lembra uma escola de samba.
Poderia se chamar "500 Anos de Brega, Brega Mesmo", porque o que se vê no palco do teatro Jardel Filho é o supra-sumo do gênero que ainda abunda na TV.
O detalhe, altamente relevante, é que se ri muito, muito mesmo, porque é um show de Marisa Orth e a sua banda Vexame.
Não se ri apenas com o repertório desfiado por Marisa (Maralu), Pazetto (ótimo como Malcon Everson), Papini (Cido Campos) e Fernando Salém (como João Alberto). É tudo diversão.
Marisa comanda a brincadeira, que tem muito de circense, seja pelo nonsense das palhaçadas ou pelo anão, bichos de fantasia ou "efeitos especiais" ridículos.
E Marisa? Ela canta e encanta, poderia dizer a personagem que encarna. Assim como o fazem (ora mais, ora menos) os demais componentes do grupo (apoiados por uma boa banda de guitarra, baixo, bateria e teclados).
No espetáculo da última segunda-feira, a coisa estava um pouco desamarrada, houve esquetes longos demais e alguma perda de ritmo. Poderia ter sido mais curto, por exemplo.
Mas nada que comprometesse a diversão diante dos sucessos do cancioneiro brega de autoria de Wando, Fábio Jr., Reginaldo Rossi, Ritchie, Sidney Magal e a dupla argentina Pimpinela (diálogo musical já clássico entre Marisa e Pazetto, em "Siga Seu Rumo").
A platéia paga um mico, quando Maralu pega um ou outro para Cristo no tal programa de TV. Na segunda-feira, dia de celebridades na platéia, sobrou para o casal Roberto Justus e Eliana.
A ela Maralu pergunta se gosta de sexo. "Bastante", responde a loirinha da TV, encabulada. "Você é casado, solteiro ou tico-tico", pergunta a Justus. "Namorado", responde o publicitário.
Como diz o título da banda, vexame é o que não falta nessa mescla de show de cabaré, teatro musical e circo. É diversão garantida e daria até para ver de novo, não fosse o desconforto das pavorosas poltronas do teatro.


Avaliação:    

Show: Marisa Orth e Vexame no Jardim das Delícias
Quando: 21h30 (sex.), 20h e 22h30 (sáb.) e 19h (dom.)
Onde: teatro Jardel Filho (av. Brigadeiro Luis Antonio, 884, tel. 3107-3364)
Quanto: de R$ 10 a R$ 40


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