DA ENVIADA A MAR DEL PLATA

O argentino "El Fondo del Mar", do cineasta estreante Damián Szifrón, 27, foi eleito o melhor filme pelo público e recebeu prêmio de melhor longa latino-americano pelo júri oficial e pela crítica internacional.
Assim como "Separações", "El Fondo del Mar" (O Fundo do Mar) é um filme autobiográfico e trata de conflito amoroso. No caso, um jovem apaixonado pela namorada, que -acredita- é seduzida sobretudo por sua inteligência e capacidade profissional, sofre crise de insegurança e ciúmes quando atravessa um período de bloqueio criativo em sua profissão.
"Cheguei ao cinema por intuição. Assisto a filmes desde os três anos de idade. Quando eu era mais garoto, ia com meu pai para a rua Lavalle [que concentra comércio e salas de cinema em Buenos Aires", víamos um filme, lanchávamos e logo entrávamos em outro", conta Szifrón.
O cineasta diz que, por essa bagagem de espectador, se sente influenciado "pelo cinema americano dos anos 70, os westerns e os filmes de Sergio Leone" e que em "El Fondo do Mar" procurou "misturar elementos que normalmente não convivem".
O filme é uma comédia com pitadas de policial e western (faroeste) moderno. "Tive muitas dúvidas se isso iria dar certo e muitas vezes segui adiante apenas pela insistência do meu produtor. Hoje, acho que não fiz nem um drama pesado, como costumam ser os filmes europeus, nem um filme de ação no modelo típico americano", diz.
Também roteirista de seu longa, Szifrón não permitiu aos atores improvisar no set. "Concordo com Hitchcock quando ele diz que, durante uma filmagem, você pode ter tempo para novas idéias, mas não o suficiente para para avaliar se são boas ou não."
Enquanto preparava "El Fondo del Mar", Szifrón estreou na televisão argentina como diretor do seriado "Los Simuladores", que se tornou um sucesso de público no país e tem 13 novos episódios previstos para este ano. (SA)


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