São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2000


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CRÍTICA

Elencos da Warner e da Bahia contrastam no CD

da Reportagem Local

O tributo "Jorge Amado - Letra & Música" é um disco que parece dois. Há dois elencos distintos se intercalando, o da Bahia de Amado e o do conglomerado Warner/Continental, que veiculará o projeto governamental baiano Brasil afora.
Do primeiro time, são os artistas florescidos no habitat natural das histórias de Jorge "Adorado", dos tradicionais Caetano e Gil, passando pelos intermediários Lazzo e Margareth Menezes e chegando aos neobaianos Banda Eva, Cátia Guima etc.
Do segundo, são os "intrusos", de afinidade com Jorge Amado induzida apenas (e nem sempre) na intervenção de produção. Estão ali a dama funk Sandra de Sá, os rap-funkeiros Pedro Luís e A Parede, o roqueiro Frejat, a brega-MPB Fafá de Belém (afilhada artística de Roberto Sant'Ana), o pagode Sem Compromisso etc.
Quem se dá melhor? Bem, aí varia. Não são desprezíveis, embora inusitadas, as participações de Sandra de Sá ("Suor Negro") e Frejat (na linda "Alegre Menina", clássico de Dori Caymmi para a versão global de "Gabriela"). Os outros? Bem...
Entre quem está em casa, muitos estão de fato em casa -por exemplo, Gilberto Gil na gostosa "Jesuíno Galo Doido", de Antonio Carlos e Jocafi, Caetano na dolente "Memórias do Mar" e Margareth Menezes na solene "Milagres do Povo", de Caetano. Os outros? Bem...
Do que não há, notam-se as ausências dos Caymmi, de Dorival aos filhos Nana, Dori e Danilo, aparentemente nascidos para cantar no CD. No reverso, nota-se também a presença do pernambucano Lenine, suave e profundo em "É Doce Morrer no Mar".
Dos tidos e havidos, "Jorge Amado - Letra & Música" é um dos possíveis muitos tributos cabíveis a um homenageado que não é da música, mas que de fato inspirou todo um jardim de temas, para lá dos 16 escolhidos por Sant'Ana. É música ouvida do barco, na marola. (PAS)



Avaliação:   

Disco: Jorge Amado - Letra & Música
Lançamento: Sons da Bahia/Warner
Quanto: R$ 20, em média


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