São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RELÂMPAGOS

Campos de algodão

JOÃO GILBERTO NOLL

Quando voltei para casa, a estação mostrava-se confusa. Pés frios, suor vingando. O médico dizia ser assim mesmo nos primeiros tempos. Eu me perguntava se iria além desses primeiros tempos. Não que me sentisse mal, a ponto de sucumbir. Aliás, nunca me sentira tão imediatamente bem. Tudo liso em volta, sem aspereza oculta, sem titubeio, malícia. Como se pisando em algodão. O fato é que, dessa forma, não podia surpreender em mim nenhum ato contundente, nenhuma perdição. Não via como aquilo, assim, pudesse gerar consequência, força de continuidade, franca duração...


Texto Anterior: "Axé virou apelação e todo mundo foi atrás"
Próximo Texto: Livro / crítica: Fonseca investiga o "assassinato" de Molière
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.