São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2000


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TRECHO

0"Mandou que pedissem à
sua mulher um travesseiro cheio de uma droga
que ela lhe havia prometido para dormir, pois
não queria mais ouvir falar de remédios.
Tudo o que não entra no
corpo eu experimento de
boa vontade, mas os remédios que tenho de tomar me fazem medo;
pouco falta para perder o
que me resta de vida.
Depois de dizer isso, Molière olhou em torno, como se verificasse quem
mais estava no quarto.
Não havia mais ninguém, além de nós.
Fez um gesto, pedindo
que eu me aproximasse,
como se quisesse me contar um segredo.
Baixei a cabeça e aproximei o ouvido da sua boca.
Fui mortalmente envenenado, ele sussurrou."
Trecho de "O Doente Molière",
de Rubem Fonseca



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