São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Mostra ilumina Amilcar desconhecido

Galeria Millan, em SP, inaugura exposição com esculturas em mármore, vidro e madeira do artista mineiro

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Madeira, mármore e vidro são materiais um tanto incomuns na obra do escultor mineiro Amilcar de Castro (1920-2002) e, exatamente por isso, dominam a mostra que é inaugurada, hoje, na galeria Millan, em São Paulo.
"A idéia desta exposição é apresentar trabalhos pouco vistos e realizados com materiais menos conhecidos na obra de meu pai", conta Rodrigo de Castro, que fez a seleção com o galerista André Millan.
A exposição reúne 23 esculturas, a maioria em pequeno formato: três em mármore, oito em aço, dez em madeira baraúna e duas em vidro, as mais surpreendentes. Denominadas "colunas", essas duas obras distam do procedimento mais usual de Castro -o corte e a dobra, que, aliás, não se encontra em nenhuma peça da mostra.
Então, como identificar Castro nas colunas? "Meu pai sempre partia de um desenho, que depois ele cortava. Nas colunas, esse desenho está na base das obras, e as colunas [em vidro retangular] são a sua tridimensionalidade", explica Rodrigo.
Raras de serem vistas, as colunas já estão em processo de aquisição pelo MoMA de Nova York, segundo Millan, o que faz parte da estratégia desenvolvida pela família e pelo galerista.
"É impossível conceber-se uma boa coleção de arte latino-americana sem a presença do Amilcar, mas ele ainda não é muito conhecido. Por isso, priorizamos sua inserção em coleções estrangeiras", conta o galerista.
Faz parte da estratégia a publicação de um catálogo raisonné, o que deve ocorrer nos próximos dois anos, para evitar a proliferação de obras falsas, já observada.
Nem todas as obras que Castro deixou, contudo, estão à venda. Das cerca de mil peças deixadas pelo artista em seu ateliê em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, os herdeiros pretendem manter as mais significativas de cada período de sua carreira.
"O objetivo não é o dinheiro, mas expor a obra é o que mais me interessa. Por isso, deixamos algumas peças em comodato com o Instituto de Arte Contemporânea", diz Rodrigo.


AMILCAR DE CASTRO
Quando:
abertura hoje, para convidados; de seg. a sex., das 10h às 19h, sáb., das 11h às 17h; até 24/5
Onde: Galeria Millan (r. Fradique Coutinho, 1360, SP, tel. 0/xx/11/3031-6007)
Quanto: entrada franca


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