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Mostra ilumina Amilcar desconhecido
Galeria Millan, em SP, inaugura exposição com esculturas em mármore, vidro e madeira do artista mineiro
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Madeira, mármore e vidro
são materiais um tanto incomuns na obra do escultor mineiro Amilcar de Castro (1920-2002) e, exatamente por isso,
dominam a mostra que é inaugurada, hoje, na galeria Millan,
em São Paulo.
"A idéia desta exposição é
apresentar trabalhos pouco
vistos e realizados com materiais menos conhecidos na obra
de meu pai", conta Rodrigo de
Castro, que fez a seleção com o
galerista André Millan.
A exposição reúne 23 esculturas, a maioria em pequeno
formato: três em mármore, oito
em aço, dez em madeira baraúna e duas em vidro, as mais surpreendentes. Denominadas
"colunas", essas duas obras distam do procedimento mais
usual de Castro -o corte e a dobra, que, aliás, não se encontra
em nenhuma peça da mostra.
Então, como identificar Castro nas colunas? "Meu pai sempre partia de um desenho, que
depois ele cortava. Nas colunas,
esse desenho está na base das
obras, e as colunas [em vidro
retangular] são a sua tridimensionalidade", explica Rodrigo.
Raras de serem vistas, as colunas já estão em processo de
aquisição pelo MoMA de Nova
York, segundo Millan, o que faz
parte da estratégia desenvolvida pela família e pelo galerista.
"É impossível conceber-se uma
boa coleção de arte latino-americana sem a presença do Amilcar, mas ele ainda não é muito
conhecido. Por isso, priorizamos sua inserção em coleções
estrangeiras", conta o galerista.
Faz parte da estratégia a publicação de um catálogo raisonné, o que deve ocorrer nos próximos dois anos, para evitar a
proliferação de obras falsas, já
observada.
Nem todas as obras que Castro deixou, contudo, estão à
venda. Das cerca de mil peças
deixadas pelo artista em seu
ateliê em Nova Lima, na região
metropolitana de Belo Horizonte, os herdeiros pretendem
manter as mais significativas
de cada período de sua carreira.
"O objetivo não é o dinheiro,
mas expor a obra é o que mais
me interessa. Por isso, deixamos algumas peças em comodato com o Instituto de Arte
Contemporânea", diz Rodrigo.
AMILCAR DE CASTRO
Quando: abertura hoje, para convidados; de seg. a sex., das 10h às 19h, sáb.,
das 11h às 17h; até 24/5
Onde: Galeria Millan (r. Fradique Coutinho, 1360, SP, tel. 0/xx/11/3031-6007)
Quanto: entrada franca
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