São Paulo, sexta, 17 de abril de 1998

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Pílulas e sabedoria

VOLTAIRE DE SOUZA
O Brasil ainda é uma nação católica. E não tem nenhum santo nacional. Surge agora uma esperança: o frei Galvão. Suas pílulas são poderosas. Papel com orações escritas. Enrolado com carinho. Engoliu, sarou. Dona Amália era uma senhora rica. Religiosa. Sofria de reumatismo. O sobrinho se chamava Renan. Prestativo. Ficou de arranjar as pílulas do frei Galvão. Trouxe um pacotinho. "Engole, titia. Isso cura." Era cianureto. Morte indolor. Herança no papo. Cheio da nota, Renan agora vive na base do tranquilizante e da anfetamina. Em terra de poucos santos e muita dro ga, o maior sábio é quem engasga.




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