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ACONTECE NO RIO
Grupo comemora 25 anoscom bonecos
da Sucursal do Rio
Os elementos cênicos utilizados
pelo grupo Contadores de Estórias, que estréia hoje o espetáculo
"Em Concerto", no teatro Delfin,
são simples: bonecos de cerca de
40 cm a 60 cm, atores vestidos totalmente de preto, fazendo manipulação direta dos bonecos, e nada de palavras.
Marcos Ribas, fundador do grupo de teatro de bonecos, junto
com sua mulher, Rachel Ribas,
disse que demorou muito para
perceber, "sem pretensão", o motivo do sucesso do Contadores.
O grupo tem reconhecimento
internacional e frequentemente se
apresenta em importantes teatros,
como a Maison de Culture du
Monde, em Paris, e festivais, como
o Next Wave Festival de Nova
York e o de Nancy (França).
"Misturamos o singelo com o
cosmopolita, acho que é isso que
encanta o público. Os bonecos são
superbrasileiros, mas são mais
ainda realistas. Assim, conseguimos ultrapassar o regional para
bater no universal. Não há nem a
barreira da língua", disse Ribas.
"Em Concerto", que comemora
os 25 anos do grupo, completados
em 1996, é uma antologia da atual
fase do grupo, inaugurada no início dos anos 80, que utiliza bonecos em miniatura e montagens intimistas para adultos.
"Em Concerto" é dividido em sete cenas, retiradas dos espetáculos
"Pas de Deux", (82), "Maturando", (87), e "Rodin, Rodin", (92).
Os temas são variados: um velho
tocando uma rabeca antiga, mas o
som que sai é da "Partita 3 em Mi
Maior", de Bach, tocada por Dimitri Sitkovetsky (essa é a única cena
que não foi tirada dos espetáculos
anteriores), um suicídio, uma índia em momento de reflexão, o
flerte engraçado de dois velhinhos, um namoro pré-adolescente, uma cena de rejuvenescimento
ou renascimento e um misto de
despertar erótico e parto.
"Tudo é feito de forma muito delicada, gostamos de emocionar as
pessoas. Falamos para a barriga e
não para a cabeça delas."
Assim ele apresenta o espetáculo: "Sinto-me no fim do século errado. Sinto-me no delicioso jardim de Monet, que pintava de
dentro de um barco enquanto Rodin, no seu estúdio, beliscava de
maneira politicamente incorreta o
traseiro de suas modelos e o asmático Proust, na sua janela, estudava interessado e tranquilo as artes
e as manhas homossexuais do sr.
de Charlus".
Peça: Em Concerto
Grupo: Contadores de Estórias
Onde: Teatro Delfin (r. Humaitá, 275,
Humaitá, tel. 021/527-1497)
Quando: sex., às 21h; sáb., às 19h e 21h;
dom., às 18h e 20h.
Quanto: R$ 15
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