FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ao contrário do ator Tobey Maguire, o diretor Sam Raimi, 42, sempre foi fã de histórias em quadrinhos. Ele conta que, quando era criança e morava no gélido Estado de Michigan, passava os invernos em seu quarto lendo revistas da Marvel e da DC Comics. Até hoje tem uns 2.000 exemplares guardados daquela época.
Sua paixão pelo Homem-Aranha era tão grande que seus pais pagaram US$ 30 para um pintor desenhar o herói na parede do quarto do então garoto. Raimi cresceu, gastou US$ 100 milhões para fazer um filme sobre seu super-herói favorito e o estúdio Sony acabou colhendo os frutos da paixão. O filme teve US$ 114 milhões de bilheteria só no fim de semana de estréia, em 9 de maio.
Raimi, que recebeu a Folha no hotel Four Seasons em Beverly Hills, afirma que os quadrinhos influenciam seu trabalho: "Desenhar quadrinhos é muito parecido com dirigir um filme. O desenhista tem de escolher a ilustração que conta melhor a história naquele momento. No meu caso, a ilustração é um ângulo de câmera".
Sua visão do clássico inclui um ângulo sensual. Acabou sendo criticado por expor os seios da atriz Kirsten Dunst numa cena em que a camiseta dela fica toda molhada de chuva. Raimi defende-se: "As mulheres e os homens desenhados em histórias em quadrinhos sempre foram sexy. Quisemos transportar isso para a tela".
Ele afirma ter adorado a química entre Maguire em Dunst, e não esconde que ele é o seu ator favorito no filme. "Se Tobey não fizer a sequência, eu desisto de fazer o filme. Se Kirsten não puder participar, aí vou descobrir um jeito de matar seu personagem."
O diretor já concordou em fazer a sequência de "Homem-Aranha" em 2003, mas não revela nada da trama. Conta, porém, que antes vai se unir aos velhos amigos Ethan e Joel Coen, com quem dividia um apartamento quando tinha 20 e poucos anos. "Vão escrever uma história baseada num personagem que eu e Billy Bob Thornton criamos", diz ele. "Se der certo, ele vai protagonizá-la e eu vou dirigi-la." (ADRIANE GRAU)


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