São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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COPIÃO

"O Guarani", o tribunal e o exemplo

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O processo de "O Guarani", julgado na quarta pelo TCU (Tribunal de Contas da União), deve estabelecer um parâmetro na análise da prestação de contas de filmes financiados com dinheiro público. A checagem de contas das produções incentivadas pela renúncia fiscal é recente na rotina do tribunal.
No caso do longa-metragem de Norma Bengell, os técnicos rejeitaram apenas notas rigorosamente inadmissíveis. Despesas com farmácia e táxi, por exemplo, foram aceitas. O ministro-relator, Augusto Sherman, e o procurador-geral do Ministério Público, Lucas Furtado, entenderam que "não houve a devida separação dos patrimônios da sociedade e das sócias". Sonia Nercessian é a sócia de Bengell na NB Produções.
Com isso, a decisão do tribunal responsabilizou não só a empresa, mas as pessoas físicas de Bengell e Nercessian e decretou indisponibilidade dos bens de todas. A preocupação por trás do recurso jurídico que implicou pessoalmente as produtoras nas contas do filme é garantir a devolução do dinheiro usado indevidamente (mais de R$ 5,5 milhões, segundo o último cálculo, que atualiza os originais R$ 2,2 milhões cuja correta aplicação não ficou comprovada).
As produtoras não querem conversa. "Não tenho nada a declarar. Não sei do que se trata", disse ontem Nercessian.
A secretaria do TCU que analisou as contas de "O Guarani" assumirá a fiscalização da Ancine (Agência Nacional do Cinema).

BROLLYWOOD

Em setembro, eram 50 os entusiastas da proposta de instalar a Academia Brasileira de Cinema. Chamados agora a arregaçar as mangas, só seis responderam de pronto sim (Cacá Diegues, Paulo Betti, Carla Camurati, Laís Bodanzky, Luiz Carlos Barreto e Adriana Rattes). O convite partiu do mesmo Luiz Viana que comandava a BR à época e que hoje preside a Globo Cabo.

BROLLYWOOD 2

Viana não abandonou o projeto de criar um similar de Hollywood. A idéia é que os acadêmicos decidam a quem atribuir o Prêmio BR, troféu nacional que, com o patrocínio da distribuidora, substitui o oficial GP Brasil, criado pelo MinC e que minguou depois de duas edições (2000 e 2001).

BROLLYWOOD 3

Para não haver interrupção na história do prêmio, deve ser feita no segundo semestre a premiação referente a 2001. Ainda não se sabe quem definirá os vencedores. Se o trem entrar nos trilhos, no início de 2003 recebem o troféu os melhores de 2002, com critérios acordados pelos acadêmicos. Dos 12 filmes nacionais lançados até este mês, sete têm patrocínio BR.

ENFEITE

Thiago Lacerda não é bem um nome ligado ao cinema, mas foi um dos convivas da solenidade de sanção da lei de fomento pelo presidente FHC. Ele atua em "Jacobina", longa de Fábio Barreto, em preparação.

sarantes@folhasp.com.br



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