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COPIÃO
"O Guarani", o tribunal e o exemplo
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O processo de "O Guarani",
julgado na quarta pelo TCU
(Tribunal de Contas da União),
deve estabelecer um parâmetro
na análise da prestação de contas de filmes financiados com
dinheiro público. A checagem
de contas das produções incentivadas pela renúncia fiscal é recente na rotina do tribunal.
No caso do longa-metragem
de Norma Bengell, os técnicos
rejeitaram apenas notas rigorosamente inadmissíveis. Despesas com farmácia e táxi, por
exemplo, foram aceitas. O ministro-relator, Augusto Sherman, e o procurador-geral do
Ministério Público, Lucas Furtado, entenderam que "não houve
a devida separação dos patrimônios da sociedade e das sócias".
Sonia Nercessian é a sócia de
Bengell na NB Produções.
Com isso, a decisão do tribunal responsabilizou não só a empresa, mas as pessoas físicas de
Bengell e Nercessian e decretou
indisponibilidade dos bens de
todas. A preocupação por trás
do recurso jurídico que implicou pessoalmente as produtoras
nas contas do filme é garantir a
devolução do dinheiro usado indevidamente (mais de R$ 5,5
milhões, segundo o último cálculo, que atualiza os originais R$
2,2 milhões cuja correta aplicação não ficou comprovada).
As produtoras não querem
conversa. "Não tenho nada a declarar. Não sei do que se trata",
disse ontem Nercessian.
A secretaria do TCU que analisou as contas de "O Guarani" assumirá a fiscalização da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
BROLLYWOOD
Em setembro, eram 50 os
entusiastas da proposta de
instalar a Academia Brasileira
de Cinema. Chamados agora a
arregaçar as mangas, só seis
responderam de pronto sim
(Cacá Diegues, Paulo Betti,
Carla Camurati, Laís
Bodanzky, Luiz Carlos Barreto
e Adriana Rattes). O convite
partiu do mesmo Luiz Viana
que comandava a BR à época e
que hoje preside a Globo Cabo.
BROLLYWOOD 2
Viana não abandonou o
projeto de criar um similar de
Hollywood. A idéia é que os
acadêmicos decidam a quem
atribuir o Prêmio BR, troféu
nacional que, com o patrocínio
da distribuidora, substitui o
oficial GP Brasil, criado pelo
MinC e que minguou depois
de duas edições (2000 e 2001).
BROLLYWOOD 3
Para não haver interrupção
na história do prêmio, deve ser
feita no segundo semestre a
premiação referente a 2001.
Ainda não se sabe quem
definirá os vencedores. Se o
trem entrar nos trilhos, no
início de 2003 recebem o troféu
os melhores de 2002, com
critérios acordados pelos
acadêmicos. Dos 12 filmes
nacionais lançados até este
mês, sete têm patrocínio BR.
ENFEITE
Thiago Lacerda não é bem
um nome ligado ao cinema,
mas foi um dos convivas da
solenidade de sanção da lei de
fomento pelo presidente FHC.
Ele atua em "Jacobina", longa
de Fábio Barreto, em preparação.
sarantes@folhasp.com.br
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