São Paulo, Segunda-feira, 17 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTES PLÁSTICAS

Bolsa de Arte do Rio faz leilão depois da crise

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

No primeiro grande leilão de artes a ser realizado no Rio após a desvalorização do real, em janeiro, os preços mínimos das obras foram mantidos, em reais, nos mesmos níveis de 1998.
"Isso significa que, se convertermos os preços em dólares, houve uma queda em torno de 25%", diz o marchand Jones Bergamin, responsável pelo leilão que a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro realiza hoje, a partir das 21h, no Copacabana Palace.
O momento, de acordo com Bergamin, é atípico. "Não é possível saber se os quadros sairão pelos preços mínimos ou se vamos conseguir ao menos manter seus valores em dólares", afirma.
Um exemplo do que fala o marchand: um quadro como "Índia Carajá", óleo sobre madeira pintado por Portinari em 1961, era negociado ano passado por valores na faixa dos US$ 120 mil (o equivalente hoje a R$ 198 mil). Para o leilão de segunda-feira, seu preço mínimo foi fixado em R$ 150 mil.
O momento, então, é bom para os compradores. Um Volpi dos anos 50 ("Fachada", têmpera sobre tela de 1955) teve seu preço mínimo estipulado em R$ 70 mil.
O trabalho é raro: nele, Alfredo Volpi assina seu nome na frente da obra, o que fez apenas por um breve período nos anos 50. Buscando ainda mais a simplicidade das formas, nos anos seguintes Volpi passou a "enxugar" elementos -sua assinatura, então, passou para trás das telas. Dois outros Volpis -assinados no verso- também serão leiloados, com lances mínimos entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
Outros destaques são quatro telas de Di Cavalcanti, com preços mínimos entre R$ 15 mil ("Menina de Vestido Azul", de 1929) e R$ 120 mil ("Sonata", de 1960).


Texto Anterior: Quem vai ficar com Mary?
Próximo Texto: Polícia apreende seis telas para averiguação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.