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ARTES PLÁSTICAS
Bolsa de Arte do Rio faz leilão depois da crise
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
No primeiro grande leilão de artes a ser realizado no Rio após a
desvalorização do real, em janeiro,
os preços mínimos das obras foram mantidos, em reais, nos mesmos níveis de 1998.
"Isso significa que, se convertermos os preços em dólares, houve
uma queda em torno de 25%", diz
o marchand Jones Bergamin, responsável pelo leilão que a Bolsa de
Arte do Rio de Janeiro realiza hoje,
a partir das 21h, no Copacabana
Palace.
O momento, de acordo com Bergamin, é atípico. "Não é possível
saber se os quadros sairão pelos
preços mínimos ou se vamos conseguir ao menos manter seus valores em dólares", afirma.
Um exemplo do que fala o marchand: um quadro como "Índia
Carajá", óleo sobre madeira pintado por Portinari em 1961, era negociado ano passado por valores na
faixa dos US$ 120 mil (o equivalente hoje a R$ 198 mil). Para o leilão
de segunda-feira, seu preço mínimo foi fixado em R$ 150 mil.
O momento, então, é bom para
os compradores. Um Volpi dos
anos 50 ("Fachada", têmpera sobre
tela de 1955) teve seu preço mínimo estipulado em R$ 70 mil.
O trabalho é raro: nele, Alfredo
Volpi assina seu nome na frente da
obra, o que fez apenas por um breve período nos anos 50. Buscando
ainda mais a simplicidade das formas, nos anos seguintes Volpi passou a "enxugar" elementos -sua
assinatura, então, passou para trás
das telas. Dois outros Volpis -assinados no verso- também serão
leiloados, com lances mínimos entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
Outros destaques são quatro telas de Di Cavalcanti, com preços
mínimos entre R$ 15 mil ("Menina
de Vestido Azul", de 1929) e R$ 120
mil ("Sonata", de 1960).
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