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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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Projeto vai recontar a história

DO ARTICULISTA DA FOLHA

Uma série de eventos, como os 30 anos do show na USP e uma exposição de fotos, marca os festejos do chamado "Projeto Refazendo" em outubro.
"Precisamos recontar a história como ela merece. Começou com a remasterização da fita. A reitoria topou, o DCE [Diretório Central dos Estudantes] da USP está participando. Eles têm uma idéia vaga, mas não sabem que em 1973, 74 e 75 foi quando se definiu o futuro do país", diz Ary Perez.
O ano de 73 foi o auge do massacre das organizações de esquerda. Estudantes queriam lutar pela democracia, mas não queriam estar numa organização armada.
Na USP, sobrevivia o Conselho de Centros Acadêmicos. Um grande grupo de militantes, chamado Grupão, denomina-se Refazendo, para concorrer a uma eleição do DCE. Paralelamente, outros grupos, como Liberdade e Luta, organizam-se por fora da esteira da antiga esquerda brasileira.
"O disco "Refazenda" [lançado em 1975] era o mote. Sabíamos que estávamos criando uma coisa nova", diz Perez. "O Gil foi inspirador. Aquela arrogância juvenil estava correta: deu certo. Tentávamos reparar o que a esquerda velha tinha feito."
Geraldo Siqueira, ex-deputado estadual (PT-SP) e um dos líderes do Refazendo, lembra que a USP era um oásis. "A repressão não fechava os centros acadêmicos da USP", diz. "O capitão Ubirajara me disse: "Vocês acham que estão muito à vontade, mas você já soltou pipa? A gente vai dando linha e, quando a gente puxa, tem todo mundo na mão". Eles deram linha. Só que se ferraram."


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