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Projeto vai recontar a história
DO ARTICULISTA DA FOLHA
Uma série de eventos, como os 30 anos do show na
USP e uma exposição de fotos, marca os festejos do chamado "Projeto Refazendo"
em outubro.
"Precisamos recontar a
história como ela merece.
Começou com a remasterização da fita. A reitoria topou, o DCE [Diretório Central dos Estudantes] da USP
está participando. Eles têm
uma idéia vaga, mas não sabem que em 1973, 74 e 75 foi
quando se definiu o futuro
do país", diz Ary Perez.
O ano de 73 foi o auge do
massacre das organizações
de esquerda. Estudantes
queriam lutar pela democracia, mas não queriam estar
numa organização armada.
Na USP, sobrevivia o Conselho de Centros Acadêmicos. Um grande grupo de
militantes, chamado Grupão, denomina-se Refazendo, para concorrer a uma
eleição do DCE. Paralelamente, outros grupos, como
Liberdade e Luta, organizam-se por fora da esteira da
antiga esquerda brasileira.
"O disco "Refazenda" [lançado em 1975] era o mote.
Sabíamos que estávamos
criando uma coisa nova",
diz Perez. "O Gil foi inspirador. Aquela arrogância juvenil estava correta: deu certo.
Tentávamos reparar o que a
esquerda velha tinha feito."
Geraldo Siqueira, ex-deputado estadual (PT-SP) e
um dos líderes do Refazendo, lembra que a USP era um
oásis. "A repressão não fechava os centros acadêmicos
da USP", diz. "O capitão
Ubirajara me disse: "Vocês
acham que estão muito à
vontade, mas você já soltou
pipa? A gente vai dando linha e, quando a gente puxa,
tem todo mundo na mão".
Eles deram linha. Só que se
ferraram."
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