|
Texto Anterior | Índice
TELEVISÃO
Motivo teria sido "pessoal"
Diretor da TV Cultura pede demissão e recua
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor-superintendente da
Fundação Padre Anchieta (que
administra a TV Cultura), Manoel Luiz Luciano Vieira, pediu
demissão, mas, segundo versão
oficial, aceitou ontem apelo do
presidente Jorge Cunha Lima para permanecer no cargo.
Antes da divulgação de um comunicado oficial da fundação,
ontem à tarde, Vieira afirmara à
Folha que sua decisão era de ordem pessoal, tomada havia cinco
meses. "Meu desligamento nada
tem a ver com a entrevista", disse,
referindo-se à reportagem publicada pela Folha no domingo passado sobre a crise financeira pela qual passa a fundação.
O jornal revelou que os balanços da fundação continuam "maquiados" com artifícios contábeis, segundo avaliação de especialista.
Na entrevista, Vieira afirmara que a gestão de Cunha Lima havia
herdado dívidas da administração anterior e que algumas contas
haviam sido omitidas nos balanços. Roberto Muylaert, que presidiu a TV de 1986 a 1995, considerou a acusação uma "piada".
Na reunião do conselho curador, na manhã de ontem, Cunha
Lima abordou o assunto do afastamento de Vieira. Segundo a nota, o pedido de demissão havia sido feito em dezembro de 2002,
por "razões pessoais". "O diretor-superintendente, cedendo a novos apelos, concordou em permanecer no cargo", dizia o texto.
Na reunião, os conselheiros trataram do déficit de R$ 12 milhões
em 2002 e de alternativas para superar a crise da Cultura.
O conselheiro Luiz Carlos Bresser Pereira disse que o conselho
não tratou ontem de supostas irregularidades atribuídas à gestão
de Cunha Lima. "Ficou claro que
o déficit não decorreu de má gestão nem da redução dos aportes
do Estado. Houve queda de outras receitas", afirmou Bresser.
Foi marcada uma reunião extraordinária para 14 de julho.
(FREDERICO VASCONCELOS E LAURA MATTOS)
Texto Anterior: Crítica: Bom, mas não o suficiente Índice
|