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OSM está em crise com maestro titular
Grupo de 21 chefes de naipe do grupo assinaram carta pedindo a saída de Rodrigo de Carvalho do cargo
Maestro afirma que o problema é de autoridade; direção do Municipal já cancelou quatro concertos
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo está em
crise com seu regente titular.
Em 27 de maio, 21 chefes
de naipe do grupo assinaram
uma carta pedindo a saída de
Rodrigo de Carvalho do cargo. Ela foi encaminhada ao
prefeito Gilberto Kassab, ao
secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, a
Carvalho e à diretora do Teatro Municipal, Beatriz Franco
do Amaral, que, em férias,
não atendeu a Folha.
Foram 88 votos contra Carvalho, e quatro a favor. A
missiva fala em "conhecimento insuficiente da partitura, falta de clareza no gesto, insuficiência em transmitir o que se deseja da música
(como fraseado musical e alterações de dinâmica) e incapacidade de identificar problemas de execução em conjunto e saná-los".
Além disso, os músicos se
queixam de "interferências
unilaterais do maestro na estrutura da hierarquia artística interna da orquestra", e de
"restrição de diálogo com os
representantes artísticos".
Uma votação para eventuais substitutos do titular
trouxe os nomes de Alex
Klein, Carlos Moreno e Luiz
Fernando Malheiro.
Carvalho, 36, assumiu a
direção da orquestra depois
que José Maria Florêncio, do
qual ele era assistente, deixou o cargo, no final de 2008.
Embora os músicos não estejam em greve, a direção do
Teatro Municipal cancelou
quatro concertos da OSM até
agosto, tendo sido mantida
apenas a apresentação do
grupo no Festival de Inverno
de Campos do Jordão.
Para o regente, a carta é
"baixa" e "difamatória":
"eles carregam nas tintas,
mas não falam qual é o real
problema, ou seja, a questão
da autoridade".
Em sua opinião, o conflito
surgiu porque ele tentou coibir episódios de indisciplina
de alguns integrantes da orquestra.
"Alguns músicos, porque
tocam muito bem, se acham
acima do bem e do mal. São
inaceitáveis atitudes como
tocar o ensaio inteiro em pianíssimo, ou passar o ensaio
sem olhar o maestro", diz.
"Eu não inventei coisas.
Tive que reagir a situações
que os músicos criaram".
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