São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2010

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OSM está em crise com maestro titular

Grupo de 21 chefes de naipe do grupo assinaram carta pedindo a saída de Rodrigo de Carvalho do cargo

Maestro afirma que o problema é de autoridade; direção do Municipal já cancelou quatro concertos

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo está em crise com seu regente titular.
Em 27 de maio, 21 chefes de naipe do grupo assinaram uma carta pedindo a saída de Rodrigo de Carvalho do cargo. Ela foi encaminhada ao prefeito Gilberto Kassab, ao secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, a Carvalho e à diretora do Teatro Municipal, Beatriz Franco do Amaral, que, em férias, não atendeu a Folha.
Foram 88 votos contra Carvalho, e quatro a favor. A missiva fala em "conhecimento insuficiente da partitura, falta de clareza no gesto, insuficiência em transmitir o que se deseja da música (como fraseado musical e alterações de dinâmica) e incapacidade de identificar problemas de execução em conjunto e saná-los".
Além disso, os músicos se queixam de "interferências unilaterais do maestro na estrutura da hierarquia artística interna da orquestra", e de "restrição de diálogo com os representantes artísticos".
Uma votação para eventuais substitutos do titular trouxe os nomes de Alex Klein, Carlos Moreno e Luiz Fernando Malheiro.
Carvalho, 36, assumiu a direção da orquestra depois que José Maria Florêncio, do qual ele era assistente, deixou o cargo, no final de 2008.
Embora os músicos não estejam em greve, a direção do Teatro Municipal cancelou quatro concertos da OSM até agosto, tendo sido mantida apenas a apresentação do grupo no Festival de Inverno de Campos do Jordão.
Para o regente, a carta é "baixa" e "difamatória": "eles carregam nas tintas, mas não falam qual é o real problema, ou seja, a questão da autoridade".
Em sua opinião, o conflito surgiu porque ele tentou coibir episódios de indisciplina de alguns integrantes da orquestra.
"Alguns músicos, porque tocam muito bem, se acham acima do bem e do mal. São inaceitáveis atitudes como tocar o ensaio inteiro em pianíssimo, ou passar o ensaio sem olhar o maestro", diz.
"Eu não inventei coisas. Tive que reagir a situações que os músicos criaram".


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