São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

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União do grupo e rigor podem explicar tanto sucesso

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

"Primeiro a paixão, o refinamento depois" é o lema do êxito do Sistema Nacional de Orquestras Juvenis e Infantis da Venezuela, o celeiro que revelou o maestro Gustavo Dudamel e que encanta Wilfredo Mejías, 14.
"Fui levado por meu pai num dos núcleos. Não queria. Mas na segunda semana eu me apaixonei, eu me emocionei. Só pensava em violino", conta Mejías, prestes a entrar num ensaio na sede do "O Sistema", o Centro de Ação Social para a Música, na região central de Caracas.
Na Venezuela, o projeto de ação social e ensino de música do maestro José Antonio de Abreu é conhecido apenas assim : "O Sistema", uma empreitada que desde 1975 atravessou bonanças, crises e guinadas políticas.
Mejías mora no extremo leste de Caracas e quase todos os dias faz o trajeto com a irmã. A meta dele é participar da próxima audição e "subir" de orquestra.
Para os especialistas, é a mistura de convivência em grupo, o estímulo da "paixão" com a altíssima exigência das audições para "subir" de orquestra, que explica o sucesso do formato, quer na assistência, quer na música.
Outro ponto central desde o início foi o intercâmbio pedagógico e didático com outras escolas de música clássica do mundo, que enviavam seus maestros para estudos no país caribenho.
"O Sistema" é bem capilarizado: em Caracas ou no interior há núcleos em bairros que servem de porta de entrada para o projeto. De aí em diante, é estudar e se integrar em alguma orquestra -no país se contabiliza 130-, até chegar na Juvenil Simón Bolívar, em turnê pelo Brasil.
"Abreu é um diplomata, é um político, é um visionário, um patrimônio para a América Latina", diz o maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky, que aplica as bases do "O Sistema" na Orquestra de Heliópolis, em São Paulo.


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