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GASTRONOMIA
Museu de Nova York apresenta passado amargo do chocolate
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O chocolate tem uma história
amarga e foi durante a maior parte de sua existência uma bebida
reservada às elites.
Tal história é um dos destaques
da principal mostra em exibição
no Museu Americano de História
Natural, em Nova York: uma exposição exclusiva sobre a trajetória e a produção do chocolate.
Vídeos, embalagens históricas e
utensílios antigos contam a epopéia de um dos alimentos mais
populares do globo e de sua planta de origem, o cacaueiro.
Restrito ao continente americano até as conquistas européias do
séc. 15, o chocolate deve sua origem amarga ao uso que os maias
faziam das sementes de cacau.
Eles as utilizavam na preparação de uma bebida condimentada, que continha também pimenta e milho. Bebê-la era privilégio
dos mais abastados, que reservavam vasilhas especiais para ela.
Foram os espanhóis que mudaram a maneira de prepará-lo,
adoçando a bebida com açúcar.
Nem isso, porém, alterou muito o
grupo que se deliciava com ela.
Mesmo se espalhando rapidamente pelo continente, o chocolate, ainda conhecido apenas na forma líquida, foi transformado em
privilégio da elite européia.
O caminho para sua popularização só começaria em 1828, quando o holandês Coenraad van Houten inventou uma prensa hidráulica para as sementes, o que
permitia que se retirasse parte da
manteiga de cacau e que o produto fosse transformado em pó.
Em 1875, o passo definitivo: dois
amigos suíços, Daniel Peter e
Henri Nestlé, resolveram adicionar leite ao chocolate. Isso permitiu que se utilizasse menos cacau na preparação da iguaria, o que
baixou seu preço. Ao mesmo
tempo, abriu a possibilidade de
produzir chocolate moldável.
Não por acaso, são os suíços os
maiores consumidores mundiais
de chocolate (10 kg anuais por habitante). O Brasil é o país que mais
consome a própria produção, como indica a exposição -que relata ainda a decadência da exportação brasileira de cacau, prejudicada por doenças como a vassoura-de-bruxa.
CHOCOLATE. Onde: Museu Americano
de História Natural (Nova York). Quando:
até 7/9. Na internet: www.amnh.org.
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