São Paulo, domingo, 17 de julho de 2005

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Estréia de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" abre discussão sobre filmagem de versões e remakes

Clássicos de roupa nova

Divulgação
Cena do filme "A Fábrica de Chocolate", refilmagem de Tim Burton para o livro de Roald Dahl; o primeiro filme data de 1971


PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

A notícia recém-divulgada de que Hollywood está produzindo um "remake" de "Crepúsculo dos Deuses", clássico de Billy Wilder que freqüenta nove entre dez listas dos melhores filmes de todos os tempos, provocou calafrios de horror nos cinéfilos de plantão. A máquina de reciclagem da indústria cinematográfica americana estaria perto de triturar um dos sagrados vultos da sétima arte!
A reação, ainda que legítima, parece ignorar uma das práticas mais antigas e corriqueiras de Hollywood: reciclar histórias antigas e apostar no que já foi testado e consagrado. É verdade que essa prática tem perdido certos pudores e ousado tocar em obras de tal maneira fixadas no imaginário do público que qualquer tentativa de refazê-las poderia estar fadada ao fracasso. Veja o que aconteceu com a reputação do diretor Gus Van Sant quando, em 1998, cismou de refazer "Psicose", de Alfred Hitchcock (o filme de Hitchcock é de 1960).
Ignorando completamente esse risco, vêm aí novas versões em formato arrasa-quarteirão para "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (nos cinemas a partir da próxima sexta-feira), "King Kong" (com estréia prevista para dezembro), "O Destino do Poseidon" (lançamento em maio do ano que vem), "A Pantera Cor-de-Rosa" (com Steve Martin no papel do inspetor Clouseau), sem falar no próprio "Crepúsculo dos Deuses" (ainda em pré-produção) e outros exemplos "menores", como novas versões para "Casino Royale" e "Garotos em Ponto de Bala" ("The Bad News Bears", de 1976, agora com direção de Richard Linklater).
O caso de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" é particularmente interessante. A primeira adaptação do livro de Roald Dahl, feita em 1971 pelo diretor Mel Stuart, não se tornou um clássico propriamente por suas qualidades estéticas. Apesar de seu encantamento, vê-se no filme uma imensa (e curiosa) influência da televisão e, na verdade, foi nesse veículo que o filme se consagrou para valer. Inclusive no Brasil, em tantas e tantas "Sessões da Tarde" exibidas pela TV Globo. Essa nova versão assinada por Tim Burton, por sua vez, traz a assinatura pessoal de seu diretor e expressa uma visão de mundo original, provocante e quase sempre assustadora.

"Só falta a pinta"
A primeira vez em que a "genérica" Aline Pyrrho, dançarina do "Domingão do Faustão", e a Déborah Secco "original" se viram foi há cerca de três anos, em uma academia do Rio de Janeiro. No segundo encontro, o posto de sósia já estava consagrado. "Ela passou e disse: "Oi, clone!'", relembra Aline, 20.

A dançarina é comparada à atriz desde os 12 anos. "Tem gente que fala que os dentes são iguais. Os meus são só um pouco mais certinhos." Silicone? "Tenho sim, que nem ela". Altura? "Tenho 1,71m, ela é só um pouco mais baixa." Rouquidão? "Falam que o jeito de falar também tem a ver. Acho que só falta a pinta no lábio."

Aline gosta de reparar nas roupas que Débora usa. "Se fica legal nela, sei que fica bem em mim. Quando ela pinta o cabelo, uso como referência. Na época de "O Beijo do Vampiro", ela colocou megahair. E eu, por coincidência, também".

A "Playboy" já publicou ensaio de Déborah Secco nua. Aline fechou contrato com a "Sexy", que a exibe neste mês nas bancas.

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