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EUA buscam best-sellers no exterior
Depois do sucesso do sueco Stieg Larsson, editoras americanas caçam novos autores estrangeiros de mistério
Primeira "onda" veio da Escandinávia; locais como Nigéria, Japão e China entram na busca por potenciais hits
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
O sueco Stieg Larsson, autor da trilogia "Millennium",
fez mais do que vender 40
milhões de livros: ele abriu
as portas das editoras americanas a escritores de mistério
estrangeiros.
Se antes as editoras evitavam obras traduzidas para o
inglês, elas agora concorrem
por autores do Japão, da Nigéria, da Mongólia, da China
e de onde mais puder surgir o
"próximo Larsson".
É que a sua série chegou ao
fim -o último livro, "A Rainha do Castelo de Ar", foi publicado nos EUA em maio
deste ano-, e o apetite dos
leitores, não. Larsson "precisa" de um sucessor.
"Nos últimos seis anos, as
editoras já vinham se esforçando para ampliar o escopo
de ficção de crime internacional. Mas agora isso acontece
em escala muito maior", diz
Sarah Weinman, jornalista
especializada em mercado
de livros de mistério.
"É um pouco o que aconteceu depois do sucesso de
"Crepúsculo" -de repente,
estavam todos dizendo "precisamos do próximo vampiro". Muitas dessas coisas já
estavam lá, mas criou-se
mais demanda."
ESCANDINÁVIA
A primeira "onda" veio da
região da Escandinávia. Autores best-sellers na Europa
ganharam lugar ao lado de
Larsson nas prateleiras.
Uma das apostas é Jo Nesbo, norueguês que trocou a
HarperCollins pela Alfred A.
Knopf, a mesma de Larsson.
A editora fechou contrato de
três livros com Nesbo e o assumiu como sucessor do sueco, mas continua atrás de outros potenciais best-sellers.
Segundo o "Wall Street
Journal", a Salomonsson
Agency, que representa 36
autores da região, vendeu
quase 40 obras para os EUA
nos últimos anos.
Há poucos meses, a Simon
& Schuster's Atria Books pagou mais de US$ 500 mil
(quase R$ 900 mil) pelos direitos de quatro títulos da
sueca Liza Marklund, que já
vendeu mais de 12 milhões
de cópias no mundo.
Também da Suécia é Camilla Läckberg, autora que foi
ignorada pelas editoras americanas até o sucesso de Larsson. A sua estreia nos EUA
aconteceu no mês passado,
com "The Ice Princess", pela
Pegasus Books.
A explosão de escandinavos fez com que a região fosse considerada saturada por
muitos editores americanos,
que passaram a buscar suspenses especialmente na
Ásia e na África.
Para Weinman, outra razão da corrida por estrangeiros é a crise econômica. "Os
editores estão sendo seletivos com o que compram.
Mesmo os que não dão prejuízo são abandonados se
não forem bem o suficiente."
Weinman diz que o interesse das editoras é pelo
"best-seller imediato", e os livros estrangeiros, "que antes
eram exóticos, hoje podem
ter chance no mercado".
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