São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

televisão

Documentário dramatiza a morte de Jean Charles

Filme mostra as últimas imagens do eletricista, feitas no metrô de Londres

Produtora esperou fim do julgamento para fazer o especial; série de erros é reconstituída por depoimentos


GUSTAVO VILLAS BOAS
DE SÃO PAULO

O eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, 27, saiu atrasado para o trabalho, em 22 de julho de 2005, do apartamento londrino em que morava com duas primas. Tomou dois ônibus antes de chegar ao metrô de Stockwell; parou para pegar um jornal dentro da estação; o comboio chegou depois da hora correta e isso permitiu que ele entrasse no trem.
Lá dentro, foi atacado pelos homens da Operação Kratos e morto sem razão. São esses passos que o documentário "O Assassinato de Jean Charles" acompanha. "Esperamos o fim do julgamento em 2009 para fazer o filme, para apresentar as provas e conseguir os depoimentos que reconstituem aquele dia, em que houve uma sucessão de erros e de infortúnios", diz Carla Ponte, produtora do documentário.
Assim que saiu de casa, Jean foi perseguido por homens da Scotland Yard. Cada passo seu era narrado por rádio, telefone. No percurso até Stockwell, ele foi se transformando, para a polícia londrina, no suspeito Nettletip. Esse era o codinome com o qual as autoridades batizaram o homem que participara de um frustrado atentado no dia anterior. Ele deixara um documento em uma mochila que levou a polícia ao apartamento do brasileiro.
O documentário intercala a dramatização dos acontecimentos com depoimentos dos advogados de defesa, da família de Jean Charles, de ex-policiais londrinos e de especialistas em terrorismo. Imagens de arquivo relembram a vida de Jean Charles, a repercussão na imprensa do assassinato e o enterro do eletricista em Minas.
O filme também exibe a sequência capturada pelas câmeras de segurança do metrô que mostra Jean Charles dentro da estação pouco antes de ser morto. As imagens derrubam a versão de que ele havia pulado a catraca e desobedecido às ordens de parar.
A atuação do governo brasileiro no caso e o resultado do julgamento -sem nenhuma punição- também são apresentados. Concluído há um mês, o filme mostra o destino das autoridades que comandaram a operação desastrada: duas delas foram recentemente promovidas.


NA TV

O Assassinato de Jean Charles
QUANDO Amanhã, às 21h, no Discovery
CLASSIFICAÇÃO Não informada




Texto Anterior: EUA buscam best-sellers no exterior
Próximo Texto: Entenda o caso: Jean Charles
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.