São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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TELEVISÃO
Festival 30 anos da TV Cultura revive o "Fábrica do Som"

MARCELO RUBENS PAIVA
especial para a Folha

Comemorando seus 30 anos, a TV Cultura passa a exibir, aos sábados (de hoje a 14 de agosto), às 20h30, os melhores trechos de "Fábrica do Som", um dos mais inovadores programas já produzidos pela TV brasileira.
Feito entre 83 e 84, o "Fábrica", dirigido por Pedro Vieira, ocupava as tardes de sábado na TV Cultura, tinha uma tremenda audiência para os padrões da emissora, chegou a ser aventado pela Rede Globo para sua programação e acabou de repente. Depois de 69 edições, a emissora surpreendeu o telespectador tirando o programa do ar sem dar explicações.
Gravado no teatro de arena do Sesc Pompéia, antiga fábrica renovada pela arquiteta Lina Bo Bardi -talvez daí venha o nome "Fábrica do Som"-, em São Paulo, seu mote era mesclar poesia, agenda cultural e o som ao vivo. E, como qualquer fábrica, o programa produzia ritmos e tendências, fabricava encontros. Poetas como Paulo Leminsky e Wally Salomão pisaram nos palcos de "Fábrica".
O programa de auditório, uma radical mutação do programa "A Discoteca do Chacrinha", tinha Tadeu Jungle, poeta e videomaker (palavrinha em voga, na época) na frente das câmeras. Ele inventou, sem querer querendo, o primeiro programa para jovens da TV brasileira.
Alguns programas eram temáticos. A platéia era convidada a participar. Os câmeras eram entrevistados. O diretor aparecia, dando palpites. Tudo era uma grande novidade na rígida padronização da TV. O "Fábrica" procurava reaproximar o Brasil que tinha parado anos antes com o Brasil que renascia.
No programa de hoje, as primeiras apresentações na TV de bandas Ira!, Titãs, Capital Inicial e Barão Vermelho (com Cazuza).


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