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TELEVISÃO
Festival 30 anos da TV Cultura
revive o "Fábrica do Som"
MARCELO RUBENS PAIVA
especial para a Folha
Comemorando seus 30 anos, a
TV Cultura passa a exibir, aos sábados (de hoje a 14 de agosto), às
20h30, os melhores trechos de
"Fábrica do Som", um dos mais
inovadores programas já produzidos pela TV brasileira.
Feito entre 83 e 84, o "Fábrica",
dirigido por Pedro Vieira, ocupava as tardes de sábado na TV Cultura, tinha uma tremenda audiência para os padrões da emissora,
chegou a ser aventado pela Rede
Globo para sua programação e
acabou de repente. Depois de 69
edições, a emissora surpreendeu
o telespectador tirando o programa do ar sem dar explicações.
Gravado no teatro de arena do
Sesc Pompéia, antiga fábrica renovada pela arquiteta Lina Bo
Bardi -talvez daí venha o nome
"Fábrica do Som"-, em São Paulo, seu mote era mesclar poesia,
agenda cultural e o som ao vivo. E,
como qualquer fábrica, o programa produzia ritmos e tendências,
fabricava encontros. Poetas como
Paulo Leminsky e Wally Salomão
pisaram nos palcos de "Fábrica".
O programa de auditório, uma
radical mutação do programa "A
Discoteca do Chacrinha", tinha
Tadeu Jungle, poeta e videomaker
(palavrinha em voga, na época)
na frente das câmeras. Ele inventou, sem querer querendo, o primeiro programa para jovens da
TV brasileira.
Alguns programas eram temáticos. A platéia era convidada a participar. Os câmeras eram entrevistados. O diretor aparecia, dando palpites. Tudo era uma grande
novidade na rígida padronização
da TV. O "Fábrica" procurava
reaproximar o Brasil que tinha
parado anos antes com o Brasil
que renascia.
No programa de hoje, as primeiras apresentações na TV de
bandas Ira!, Titãs, Capital Inicial e
Barão Vermelho (com Cazuza).
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