Diretora de "O Guarani" tem até este mês para recolher R$ 5.582.977,93 ao Estado

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de oito meses de análise da prestação de contas do filme "O Guarani", de Norma Bengell, realizado com recursos captados pelas leis Rouanet e do Audiovisual, o TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que R$ 2.262.131,11, aproximadamente 75% de um orçamento total em torno de R$ 3 milhões, foram gastos irregularmente.
Atualizado, esse valor atingiu, no último dia 31, R$ 5.582.977,93. É essa a soma que Bengell deve recolher ao Fundo Nacional de Cultura até o final deste mês, de acordo com documento expedido pelo TCU e entregue à cineasta.
Procurada pela reportagem, Bengell não falou sobre o assunto. O advogado que a representava no processo, Fernando Fragoso, informou que deixou o caso no mês passado, por falta de "condições de trabalho profissional".
"O Guarani" foi lançado em 96 e teve produção assinada pela empresa de Bengell -a NB Produções. Ao lado dele, há outros 19 projetos com suspeita de irregularidade, entre os 346 que fizeram sua prestação de contas ao MinC.
O produtor Renato Bulcão, que era professor de produção de cinema e televisão na USP, tem 13 processos sendo investigados em Tomada de Contas Especial. Ele captou R$ 5,4 milhões para realizá-los, mas quase todos os projetos estão inconcluídos. Bulcão diz que errou por tentar fazer "uma produção em escala" e foi pego no contrapé pela desvalorização do real frente ao dólar, em 99.



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