São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2001

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RUÍDO

Universal é a nš 5 em julho

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma reviravolta se insinua na hierarquia das gravadoras. A Universal, auto-intitulada "a número 1 do Brasil", não só não é mais a número 1 como ficou, no mês de julho, em quinto lugar entre as sete maiores gravadoras, tanto em faturamento quanto em número de cópias vendidas. No primeiro posto do mês, em vez das multinacionais, está a nacional Abril Music.
"A primeira posição não foi perdida. O que conta é o ranking anual, e nele continuamos em primeiríssimo lugar", é a posição oficial da Universal, que sofre pela decadência de seus gêneros de frente, axé e pagode.
Seja como for, em julho de 2000 a Universal liderava o mercado, com 20,9% do faturamento, e hoje está com 12,6%, atrás de Abril (21,7%), BMG (16,2%), Sony (13,4%) e Som Livre (12,7%), nessa ordem. A EMI é lanterninha entre as grandes, em sétimo com uma queda livre de 20,4% para 2,4% em um ano.
Com três anos de idade, a Abril pulou de 5,5% para 21,7% em 12 meses, segundo a gravadora graças às vendagens dos sertanejos Bruno & Marrone, de Frank Aguiar e dos forrozeiros Rastapé. Como se vê, fora a ausência de axé e pagode não há nada de novo sob o sol -exceto a redução no número total de cópias vendidas, de 6,4 milhões de unidades em julho de 2000 para 4,3 milhões agora.

OS INDEPENDENTES

Da seara globalizante, o duo BPM, do baiano Geisan Varne com o francês André Bourgeois, lança, pelo selo próprio Urban Jungle (www.urbanjungle.com.br) sob distribuição da gravadora de world music MCD (www.mcd.com.br), o CD duplo "Urban Bossa Vol. 2" (foto da capa à direita). De tez trip hop com referências brasileiras variadas, traz numeroso elenco de convidados. O CD 1, batizado "Noite", é feito de remixes por Marky, DJ Dolores, Bid, Mau Mau e Bossa Cuca Nova. O 2, "Madrugada", tem participações de Naná Vasconcelos, Marcelo D2, Max de Castro, Paula Lima e outros. A fusão eletrônica/MPB (BPM é referido pelos integrantes também como MPB às avessas) já nem soa original, mas o espírito indie prevalece.

O NÃO-LANÇAMENTO

Chegando a hora de Maria Bethânia lançar disco novo, seu catálogo antigo pela Universal vai mal, obrigado. Há poucos títulos disponíveis, e entre eles não está o fundamental "A Tua Presença..." (71), com "Janelas Abertas Nš 2", sua versão bem gospel para "Jesus Cristo" e "Mano Caetano", com Jorge Ben e o Trio Mocotó. Universal: 0/ xx/11/3179-4970.

MENINA VENENO

O inglês radicado no Brasil Ritchie vinha compondo ao violão, em português e inglês, e pensava em publicar o material via internet, mas acaba de receber convite da Deck Disc, vinculada à Abril. "Agora que apareceu alguém disposto a bancar, pode ser que vire um CD, digamos, convencional", define o autor de "Menina Veneno" e "Pelo Interfone".

SEGURA O TCHAN

Persistem boatos de que o É o Tchan, após a derrapada do disco de funk carioca, estaria sendo dispensado pela Universal. A gravadora nega e diz que o grupo lança novo CD em 2001, "de inéditas bem ao estilo do Tchan". "É difícil a gente sair, porque a relação com a gravadora é muito estreita", afirma o empresário do grupo, Cau Adan.

psanches@folhasp.com.br



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