São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2001

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MÚSICA

É lançado no Brasil o álbum de estréia da primeira banda de cartum do mundo, liderada por Damon Albarn (Blur)

No planeta dos Gorillaz, o pop ganha cor

MARCELO NEGROMONTE
DA REDAÇÃO

A idéia surgiu quando ainda moravam juntos em Londres e assistiam à MTV. Damon Albarn e Jamie Hewlett pensaram: "Por que não fazemos uma banda de desenho animado?". Surgiram então o vocalista 2D, o baixista Murdoc, o baterista Russel e a japonesinha Noodle: o Gorillaz.
Albarn é o vocalista de uma das bandas mais significativas do pop britânico, Blur, e Hewlett, é desenhista, um dos criadores do semi-cult "Tank Girl". Das mentes desses dois saiu "Gorillaz", o álbum, e todo o conceito faça-você-mesmo da banda, que atinge o fantasioso Gorillaz.com e as apresentações ao vivo cheias de mistério.
Lançado na Inglaterra em março, "Gorillaz" sai agora no Brasil e, surpresa, a banda aparece na rádio e na MTV locais ("Clint Eastwood"). Nem tudo está perdido.
Entre o conglomerado eclético de artistas que integram o álbum estão o produtor de hip hop Dan Nakamura (The Automator); a cantora Miho Hatori, do Cibo Matto; a baixista do Tom Tom Club, Tina Weymouth; o rapper Del tha Funky Homosapien; e o cantor cubano Ibrahim Ferrer.
Leia a seguir entrevista com Hewlett, 33, de Londres.

Folha - Gorillaz é uma paródia aos atuais popstars que se tornam personagens de si mesmos. Como fizeram isso numa major [EMI"?
Jamie Hewlett -
Foi uma questão de confiança deles, já que Damon é um bom vendedor de discos e eu sou razoavelmente conhecido pelos meus trabalhos. Quanto aos artistas que você mencionou, o caso mais evidente é o de Marilyn Manson, cuja criatura não se dissocia mais do criador. No nosso caso, o divertido é direcionar a vida dos personagens, que possuem vida cotidiana própria, basta ver no site. Eles são reais [risos".

Folha - Sim. Li recentemente uma entrevista de Murdoc em que ele se recusava ser indicado para o Mercury Prize [o prêmio mais festejado da música britânica" deste ano.
Hewlett -
Na época havia um boato de que seríamos indicados ao prêmio. Gostaríamos de receber prêmios pelo disco, mas o Mercury é um prêmio da indústria. É o beijo da morte: todas as bandas que receberam desapareceram. É uma maldição. Então Murdoc disse que ganhar o prêmio é como carregar um albatroz morto envolto no pescoço pelo resto da vida. Foi engraçado.

Folha - E como são os shows ao vivo? Quem toca de verdade?
Hewlett -
Até agora foram quatro apresentações. Há uma grande tela de cinema no palco, e, atrás dela, a banda tocando ao vivo. Na tela são exibidas imagens dos personagens se apresentando em sincronia com a música. Quem são eles? Ah, não posso falar [risos].



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