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CRÍTICA
Banda é espelho inteligente do topo das paradas
DA REDAÇÃO
Gorillaz é a mais sagaz paródia que o pop já fez de si
mesmo. Quando criaram uma
banda de cartum, de "mentira",
animada, Damon Albarn, Jamie
Hewlett e The Automator (o produtor) estavam tornando real a
imagem do estrelato no século 21.
Bandas são irreais, os maiores
vendedores de discos são os que
mais dublam, os papéis do músico ou DJ não são muito visíveis no
resultado final, e cada artista cria
sua própria história para satisfazer a mídia, seja Marilyn Manson
ou Les Rythmes Digitales.
Nesse sentido, Gorillaz torna-se
autêntico, mais "verdadeiro" do
que N'Sync. E fez um dos melhores álbuns do ano, só para fugir à
regra, em que hip hop é o pano de
fundo da produção narcótica, enfumaçada. E há a voz de Damon
Albarn (ou seria de 2D?), o rock
do "amanhã chegando hoje"
-"Tomorrow Comes Today" foi
o primeiro single.
Mas comece pelo final, por Ibrahim Ferrer cantando em "Latin
Simone (Que Pasa Contigo)". Hip
hop, Cuba, scratches, Inglaterra,
cartum, trompetes, eletrônico,
backing vocals de Albarn, muita
informação. "Que pasa contigo?
Mirate a ti mismo." Inebriante.
Caia já em "Clint Eastwood", a
circular música que toca no Brasil
em que o vocalista 2D traz "raios
de sol dentro da bolsa". Seria um
rap futurista há 15 anos. "Re-hash", a faixa de abertura, sai-se
como Blur de "13", uma "doce
sensação over the dub"...
"Tomorrow Comes Today" já é
uma das músicas deste ano, cosmopolita e enfática, mas suave e
delicada. "Não acho que durarei
por muito tempo."
Precisa dizer mais?
(MARCELO NEGROMONTE)
Gorillaz
Banda: Gorillaz
Lançamento: EMI
Quanto: R$ 25, em média
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