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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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Abolição do verso foi uma das marcas do concretismo

DA REPORTAGEM LOCAL

O termo "concreto" só passou a caracterizar uma forma de fazer literário a partir de 55, quando Augusto de Campos publicou o manifesto "Poesia Concreta" no "Forum", órgão do Centro Acadêmico 22 de Agosto, da então Faculdade Paulista de Direito.
Os irmãos Augusto e Haroldo de Campos formavam desde 1952, com Décio Pignatari, o grupo Noigandres.
Os textos poéticos escritos sob os novos ditames deveriam se enquadrar nas seguintes características, lembradas por Augusto em entrevista à Folha em 96, quando se comemoraram os 40 anos da Exposição Nacional de Poesia Concreta em SP: "A abolição do verso; a apresentação "verbivocovisual", ou seja, a organização do texto segundo critérios que enfatizem os valores gráficos e fônicos relacionais das palavras; a eliminação (...) dos laços da sintaxe lógico-discursiva em prol de conexão direta entre as palavras".
Essa forma de entender a composição literária toma como modelos inspiradores "Um Jogo de Dados", de Stephane Mallarmé, "Finnegans Wake", de James Joyce, "Cantos", de Ezra Pound, e a obra de e.e.cummings.
O cerebralismo programático do movimento desagradou a alguns, como o poeta Ferreira Gullar, que em 1959 rompeu com o grupo e criou o "neoconcretismo": "As divergências eram poético-estéticas. Jamais aceitei uma visão meramente racionalista e técnica da poesia", disse Gullar em 96.
Entre outros autores que dialogaram com o concretismo estão: José Paulo Paes, José Lino Grunewald, Edgard Braga e Pedro Xisto. Além dos integrantes do movimento tropicalista.



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