São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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MÚSICA

Programa traz raro show do Trio a Pampa

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "Instrumental Sesc Brasil", exibido hoje, às 16h30, pela STV (com reprise amanhã, às 4h30, e na sexta, à 0h). eleva a outro patamar a idéia de exibir expoentes da música instrumental brasileira, com a presença dos gaúchos do Trio a Pampa.
Formada em 1996, em Zurique (Suíça), a trinca que reúne o guitarrista e cavaquinista Ademir Cândido, o baterista Nenê Realcino e o baixista Dudu Penz nunca havia se apresentado no Brasil. O programa seria, portanto, uma raríssima chance de assistir ao show do trio. Seria, porque há o desfalque do baixista Dudu Penz (uma tendinite o deixou na Europa). Seu substituto, Alberto Luccas, é talentoso, mas se ressente da falta de intimidade com o repertório e com os parceiros.
Além desse, há alguns problemas no formato do "Instrumental Sesc Brasil", como a pobreza da produção, por exemplo. Os cenários são simples -um palco mínimo, com platéia- e as tomadas de câmera não passam de três ou quatro. Se, por um lado, isso colabora para centrar o foco na música, por outro torna o ritmo do programa dispersivo em determinados momentos.
Quando a edição tenta quebrar a monotonia acelerando a alternância entre as tomadas de cada músico, o resultado fica ainda pior. A solução seria mais câmeras e mais ângulos.
A idéia de inserir pequenas entrevistas com os músicos e comentários entre os blocos do show é boa, mas igualmente pobre na realização.
Há o show, entretanto. Ele justifica plenamente o programa, mesmo com suas deficiências. Da abertura, com "Tema pro Mileto" (de Nenê), até os marcantes momentos em que Ademir Cândido assume o cavaquinho (nas excelentes "Marco na Marcação" e "Alguém Diz Maya"), a exibição do trio é impecável. Destaque também para a versão de "Giant Steps", da lenda Coltrane, com um solo arrasador de Nenê.


Instrumental Sesc Brasil - Trio a Pampa
Quando:
hoje, às 16h30, na STV


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