ANDRÉ LUIZ GHEDINE
do Banco de Dados

O compositor Carlos Cachaça era presidente de honra e um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Nascido perto do morro da Mangueira, em 3 de agosto de 1902, Carlos Moreira de Castro iniciou sua vida no samba aos 12 anos, quando começou a sair nos blocos formados no morro, onde morava desde os oito anos.
Em 1918, já tocava pandeiro no conjunto de Elói Antero Dias e, em 1922, conheceu o compositor Cartola (1908-1980). Dessa amizade surgiu uma parceria de sucesso, que resultou em mais de 400 sambas gravados.
Carlos Cachaça recebeu o apelido por causa de seu gosto pela bebida de cana. Em um círculo em que havia vários Carlos e a cerveja era a bebida mais consumida, o menestrel da Mangueira só tomava pinga. E o apelido pegou.
Em 1925, Cachaça e Cartola criaram o bloco dos Arengueiros, que, três anos depois, originaria a escola de samba da Mangueira.
Seu nome, no entanto, não aparece na ata de fundação da escola, no dia 28 de abril de 1928. A causa da sua ausência é, até hoje, motivo de dúvidas.
Alguns afirmam que Carlos Cachaça estaria de plantão na Central do Brasil, onde trabalhava como ferroviário. Outros dizem que ele estaria ocupado com alguma de suas conquistas amorosas.
Segundo o próprio compositor, ele estava com Maria Ida, sua companheira na época, grávida do segundo filho -o filho recebeu o nome de Carlos e morreu antes de completar dois anos.
Em 1932, a Mangueira ganhou seu primeiro desfile com o samba-enredo "Pudesse Meu Ideal", primeira composição sua em parceria com Cartola.
No ano passado, Carlos Cachaça dividiu com o compositor Chico Buarque um carro alegórico da Mangueira no desfile das escolas de samba do Rio.
Entre suas composições estão "Não Quero Mais Amar a Ninguém", com Cartola e Zé da Zilda, "Quem Me Vê Sorrir", com Cartola, e "Alvorada no Morro", com Cartola e Bello de Carvalho.


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