FABIO SCHIVARTCHE
enviado especial ao Rio

O carnavalesco Joãosinho Trinta, o compositor Villa-Lobos e o diretor teatral Gabriel Villela têm a alma barroca. Pelo menos essa é a idéia defendida pelo escritor Affonso Romano de Sant'Anna, que lança no final deste ano o livro "A Alma Barroca do Brasil". Segundo ele, os estudiosos de arte do país concentram suas pesquisas nas influências do movimento barroco na literatura e na arquitetura. Sant'Anna diz querer assinalar a importância do barroco no modernismo da arte nacional. "Os desfiles das escolas de samba dirigidas pelo Joãosinho Trinta lembram os eventos religiosos e pagãos que aconteciam em Vila Rica no século 18 e as grandes festas da corte de Luís 14." "Já a obra de Villa-Lobos retomou as estruturas musicais de Bach (Johan Sebastian Bach, um dos maiores expoentes do movimento barroco na Europa)", disse Sant'Anna, que participou na noite de segunda-feira do 15º aniversário do projeto "IBM-Encontro Marcado com a Arte", na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio. Sant'Anna já percorreu várias cidades do país falando sobre sua obra. Além dele, outras personalidades da área cultural participaram de mesas-redondas e debates, como o novelista Dias Gomes, a escritora Rachel de Queiroz. Na festa de segunda, que marcou o início das comemorações dos 80 anos da IBM no Brasil, houve o lançamento da home page do projeto "Encontro Marcado com a Arte", que tem compactos exibidos pelo canal Bravo, da TVA.