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CINEMA ESTRÉIAS
"A Filha do General" explora suspense sexual
CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha,
em Los Angeles
Quem espera de John Travolta
em seu mais recente trabalho, "A
Filha do General", piruetas de
adrenalina como as exibidas por
ele em "A Outra Face" (97) e "O
Nome do Jogo" (95) pode, desde
já, mudar de expectativa.
A produção, baseada no best
seller homônimo do escritor Nelson DeMille, que estréia hoje no
Brasil, está mais próxima, em estilo, de uma trama sexual de suspense do que de qualquer típico
filme de pura ação.
"A Filha do General", entretanto, traz também sua dose de eletricidade, por conta do diretor Simon West, o mesmo de uma das
mais explosivas produções da década, o filme "Con Air - A Rota da
Fuga" (97), com Nicolas Cage.
No filme, John Travolta encarna o papel do oficial militar Paul
Brenner, encarregado de desvendar, em somente 36 horas, em
parceria com a investigadora especialista em estupros Sara Sunhill (Madeleine Stowe), o assassinato da filha de um general das
forças armadas norte-americanas e futuro candidato à vice-presidência dos Estados Unidos.
John Travolta e Madeleine Stowe deram entrevista à Folha, em
Los Angeles, na estréia do filme,
que conta com um elenco de outros atores de talento, como James Cromwell ("Los Angeles -Cidade Proibida"), no papel do general Joe Campbell, e James
Woods, como outro oficial do
exército, o coronel Robert Moore.
A seguir, os principais trechos da
conversa com a dupla de investigadores de "A Filha do General".
Folha - Os diálogos entre seus
personagens parecem bastante
reais; eles são improvisados ou
seguiram à risca o roteiro?
John Travolta - Não fugimos
muito do material do livro. O que
fizemos foi discutir o roteiro com
Simon West e acrescentar diálogos do livro na íntegra.
Madeleine Stowe - Por sinal, isso aconteceu várias vezes na fase
de aprimoramento do roteiro.
Sempre que recorríamos ao livro
de DeMille encontrávamos os
diálogos perfeitos que procurávamos. O livro traz uma atmosfera
fantástica dos anos 30 e 40.
Folha - É verdade que esse filme é um caso concreto de uma
fã acabar contracenando com
seu maior ídolo?
Stowe - - Sou fã número um de
Travolta desde garota. Lembro
que uma vez, aos 16 anos, tentei
passar por jornalista e solicitei
uma entrevista com ele.
Folha - Foi quando vocês se
conheceram?
Stowe - - Que nada! Foi uma
tentativa frustada. Recebi do
agente do Travolta um fax dizendo que ele estava muito ocupado
na ocasião e que não poderia conceder entrevistas.
Travolta - Assumo a responsabilidade pela falha. Na época não
sabia o que fazer com todas as
cartas que recebia. Hoje estou
bem mais organizado. Você pode
me escrever que estarei à sua disposição imediatamente (risos).
Folha - E o Travolta real é o
mesmo que imaginava então?
Stowe - Confesso que sim. Não
é à toa que tanta gente se apaixona
por ele. Uma das virtudes de John
é que ele não é "de lua". Eu fiquei
esperando o dia em que surgiria
de mau humor, ou coisa parecida,
revelando uma outra face negativa, que na verdade não existe. Ele
é um "gentleman" exemplar.
Travolta - Acho que constância
é o que mais busco na vida. Gosto
de pessoas de personalidades
equilibradas. O sucesso e coisas
materiais não mudarão nunca
minha cabeça e a maneira como
trato as pessoas, já que para mim
os relacionamentos pessoais são o
que há de mais essencial na vida.
Folha - Quais são os planos para a entrada do novo milênio?
Travolta - Cheguei a pensar em
pegar meu jatinho e viajar pelo
mundo, pegando todos os fusos
horários, para festejar diversas vezes a chegada do novo milênio.
Mas já fiz uma viagem de volta ao
mundo como piloto e, dessa vez,
quero algo diferente. Tenho um
plano em mente que quero guardar em segredo.
Folha - E você, Madeleine, já
sabe o que vai fazer?
Stowe - Acho que vou sair pelas
ruas gritando como louca: "Feliz
novo milênio". Não é o que a
maioria vai fazer? (risos)
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