São Paulo, Sexta-feira, 17 de Setembro de 1999
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CINEMA ESTRÉIAS

"A Filha do General" explora suspense sexual


CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha,
em Los Angeles

Quem espera de John Travolta em seu mais recente trabalho, "A Filha do General", piruetas de adrenalina como as exibidas por ele em "A Outra Face" (97) e "O Nome do Jogo" (95) pode, desde já, mudar de expectativa.
A produção, baseada no best seller homônimo do escritor Nelson DeMille, que estréia hoje no Brasil, está mais próxima, em estilo, de uma trama sexual de suspense do que de qualquer típico filme de pura ação.
"A Filha do General", entretanto, traz também sua dose de eletricidade, por conta do diretor Simon West, o mesmo de uma das mais explosivas produções da década, o filme "Con Air - A Rota da Fuga" (97), com Nicolas Cage.
No filme, John Travolta encarna o papel do oficial militar Paul Brenner, encarregado de desvendar, em somente 36 horas, em parceria com a investigadora especialista em estupros Sara Sunhill (Madeleine Stowe), o assassinato da filha de um general das forças armadas norte-americanas e futuro candidato à vice-presidência dos Estados Unidos.
John Travolta e Madeleine Stowe deram entrevista à Folha, em Los Angeles, na estréia do filme, que conta com um elenco de outros atores de talento, como James Cromwell ("Los Angeles -Cidade Proibida"), no papel do general Joe Campbell, e James Woods, como outro oficial do exército, o coronel Robert Moore. A seguir, os principais trechos da conversa com a dupla de investigadores de "A Filha do General".



Folha - Os diálogos entre seus personagens parecem bastante reais; eles são improvisados ou seguiram à risca o roteiro?
John Travolta -
Não fugimos muito do material do livro. O que fizemos foi discutir o roteiro com Simon West e acrescentar diálogos do livro na íntegra.

Madeleine Stowe - Por sinal, isso aconteceu várias vezes na fase de aprimoramento do roteiro. Sempre que recorríamos ao livro de DeMille encontrávamos os diálogos perfeitos que procurávamos. O livro traz uma atmosfera fantástica dos anos 30 e 40.

Folha - É verdade que esse filme é um caso concreto de uma fã acabar contracenando com seu maior ídolo?
Stowe -
- Sou fã número um de Travolta desde garota. Lembro que uma vez, aos 16 anos, tentei passar por jornalista e solicitei uma entrevista com ele.

Folha - Foi quando vocês se conheceram?
Stowe -
- Que nada! Foi uma tentativa frustada. Recebi do agente do Travolta um fax dizendo que ele estava muito ocupado na ocasião e que não poderia conceder entrevistas.

Travolta - Assumo a responsabilidade pela falha. Na época não sabia o que fazer com todas as cartas que recebia. Hoje estou bem mais organizado. Você pode me escrever que estarei à sua disposição imediatamente (risos).

Folha - E o Travolta real é o mesmo que imaginava então?
Stowe -
Confesso que sim. Não é à toa que tanta gente se apaixona por ele. Uma das virtudes de John é que ele não é "de lua". Eu fiquei esperando o dia em que surgiria de mau humor, ou coisa parecida, revelando uma outra face negativa, que na verdade não existe. Ele é um "gentleman" exemplar.

Travolta - Acho que constância é o que mais busco na vida. Gosto de pessoas de personalidades equilibradas. O sucesso e coisas materiais não mudarão nunca minha cabeça e a maneira como trato as pessoas, já que para mim os relacionamentos pessoais são o que há de mais essencial na vida.

Folha - Quais são os planos para a entrada do novo milênio?
Travolta -
Cheguei a pensar em pegar meu jatinho e viajar pelo mundo, pegando todos os fusos horários, para festejar diversas vezes a chegada do novo milênio. Mas já fiz uma viagem de volta ao mundo como piloto e, dessa vez, quero algo diferente. Tenho um plano em mente que quero guardar em segredo.

Folha - E você, Madeleine, já sabe o que vai fazer?
Stowe -
Acho que vou sair pelas ruas gritando como louca: "Feliz novo milênio". Não é o que a maioria vai fazer? (risos)


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