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MÚSICA
Compositor e cantor carioca faz show único hoje no Sesc Belenzinho, em São Paulo, com músicas do CD "Móbile", recém-lançado
Paulinho Moska mostra sua renovação
da Reportagem Local
O Paulinho Moska que faz apresentação única hoje, em São Paulo, no Sesc Belenzinho, é um artista que se diz num momento de renovação. É o que ele, cantor e
compositor carioca de 31 anos,
quer demonstrar em "Móbile",
seu novo CD, lançado há pouco.
"O CD anterior, ao vivo, era o
fechamento de um ciclo. Eu estava decidido a mudar muita coisa
na sonoridade da minha música.
Achava que o pop estava se repetindo muito desde o tropicalismo
e a entrada da guitarra", explica.
A renovação, então, não pode
deixar de passar pela eletrônica:
"É óbvio que a música eletrônica
nasce da necessidade do pop de se
renovar. Comecei a escutar ecos
do tecno e a achar estranho".
Foi a sensação que lhe causou a
audição de Grooverider, Amon
Tobin, Roni Size. "Acho legal,
mas não tem canção, não tem
música. Sou um compositor pop,
de refrão. Aí fiquei ouvindo
Björk, Massive Attack, e comecei
a ficar apaixonado."
Tais artistas o teriam encaminhado a um meio-termo, "modernizado", mas ainda próximo
ao pop de refrão. "Podemos criar
maluquices sem aquele "tom-tom", só com percussão e violão
-não tem guitarra, nem bateria."
Diz que não é, entretanto, sua
adesão ao pop eletrônico. "Não
quis fazer um disco de tecno. A
maior virtude do CD é ter chegado a uma sonoridade diferente,
não parecer Björk ou Portishead."
Tais transformações implicam
em alguma busca? "Não, não estou procurando meu lugar. Eu estou é me perdendo. Foi o que procurei quando saquei que estava
começando a me repetir."
Embora vá se identificando
com outros artistas de idades parecidas à sua -Lenine, Chico César, Zeca Baleiro-, Paulinho diz
que eles não integram um grupo
compacto. "O Brasil sempre foi
muito entendido por movimentos. Pela primeira vez, não existe
um movimento estético e ético.
São os apaixonados pela diferença, talvez", advoga.
Não seriam "rebeldes sem causa"? "Não. Talvez seja um momento de celebração. Depois de
uma série de movimentos, é legal
pela primeira vez não haver, e o
que se faz ser a mistura de tudo."
Relativiza a impressão de que o
não-movimento conduz a um
conjunto de canções de amor:
"Uso uma máscara romântica
que não é a do Maurício Mattar,
do Fábio Jr., do Paulo Ricardo. É
de existencialismo. "Ela" nunca é
uma mulher, o amor é o pretexto
para falar de outras coisas", filosofa o novo Paulinho Moska.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Show: Paulinho Moska
Onde: Sesc Belenzinho (av. Álvaro
Ramos, 991, tel. 0/xx/11/6096-8143)
Quando: hoje, às 22h
Quanto: R$ 10
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