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DISCO/CRÍTICA
Black Alien, tempero e antídoto
DA REPORTAGEM LOCAL
O rap brasileiro está em festa
com o advento de "Babylon
by Gus - Volume 1 - O Ano do Macaco", de Black Alien. Sofisticação
de produção, riqueza musical e letras pesadas podem empurrar todo o hip hop nacional para cima.
Nem se trata de abordar as tensões Rio-São Paulo, na linha Planet Hemp versus Racionais MC's.
O paulistano Alexandre Basa, ligado aos núcleos Instituto e Mamelo Sound System, é responsável pela produção, pelas bases,
por metade do CD de Black Alien.
Esse, por sua vez, mostra que assimilou o respeito de D2 à música
brasileira, mas quer seguir seu
próprio caminho. Trilha-o com
categoria no rap-pop das bilíngües "Mister Niterói", "Babylon
by Gus", "Na Segunda Vinda" etc.
Mesmo citando Chico Buarque
e Raul Seixas, seu centro está na
languidez e na rapidez melódica
aprendidas em Jamaica e EUA
-grandes exemplos são as sexies
"Como Eu Te Quero" e "Perícia
na Delícia", as aceleradas "Caminhos do Destino" (auge melódico
do CD) e "1º de Dezembro" -é
complexidade na panela do rap
de cá. Se D2 é samba, Black Alien é
gangsta rap, raggamufin, Outkast.
É tempero e antídoto ao nacional-patriotismo a que o Brasil de Lula
pode se restringir se não se cuidar.
D2 responde com seu disco
mais fraco -pela redundância
precoce, não pelo incrível time de
músicos de rap, samba, rock e até
eruditos que reuniu (ah, se fossem
músicas novas...). OK, ele agora
quer é fazer barulho (leia-se ganhar dinheiro), a moeda tem
obrigatoriamente dois lados.
Aliás, é preciso mesmo escolher
entre cara e coroa?
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Babylon by Gus
Artista: Black Alien
Lançamento: Deckdisc
Quanto: R$ 30, em média
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