São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

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ANÁLISE

Cantora é um sopro de turbulência boa no mar calmo e sonolento do pop atual

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Aprendi com a bagunça que ela está causando na internet. A primeira coisa a fazer diante de Lana Del Rey é se posicionar.
Então aqui vai a minha posição: Lana Del Rey é arrebatadora, maravilhosa, um sopro de turbulência boa no mar tranquilo e algo sonolento da música pop atual.
Numa profunda análise de sua intensa trajetória e de suas obras completas, é divertido ver o quanto ela tem deixado as redes sociais (depois jornais e revistas) desesperados para emitir uma opinião sobre sua chegada à cena.
Só que, vale lembrar, no meio de toda essa polêmica, existe a música de Lana Del Rey. E esse é o "problema".
Com tudo no lugar onde tem que estar, os arranjos, a melodia, suas belas letras, sua voz, as duas canções são lindas de morrer.
"Video Games" e "Blue Jeans", talvez influenciadas por seus já famosos clipes, são músicas com imagens, cinematográficas em particular, gritos e sussurros de um "estilo" batizado de "Hollywood sad core", algo como rompantes e tristes canções de amor para trilhas de filmes dos anos 50/60. Ou de David Lynch.
Mas o indie-vintage de Lana é moderno. Ela canta sofrida sobre um sentimento contemporâneo de que o mundo está acabando, de que os caras que ela quer não prestam, mas o que ela viveu antes era pior.
Então, parece dizer Lana Del Rey, "se é o que temos, vamos nessa!".
E nós vamos com ela.



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