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"A Hora Mágica' é labiríntico
do enviado a Brasília
O longa-metragem "A Hora Mágica", de Guilherme de Almeida
Prado, teve uma recepção morna
por parte do público do Festival de
Brasília, anteontem à noite.
A razão talvez esteja na construção labiríntica do filme, que busca
entrelaçar várias instâncias de representação: radiofônica, teatral,
cinematográfica, televisiva.
No conto de Julio Cortázar que
inspirou "A Hora Mágica", "Cambio de Luces", um ator de radionovelas se corresponde com uma fã
apaixonada por sua voz. Cada um
imagina o outro à sua maneira.
Quando finalmente se encontram,
tentam conformar a realidade ao
que imaginaram.
No filme de Guilherme de Almeida Prado, ambientado no Brasil de
1950, Raul Gazolla é o radioator,
Julia Lemmertz é a fã, Maitê Proença é uma atriz canastrona e José
Lewgoy faz meia dúzia de personagens.
A história original se perde numa
rede de tramas, gêneros e referências. O que fica é o que há de mais
característico no cineasta: refinamento formal, elegância narrativa,
reiteração do tema da representação e algumas imagens inspiradas,
como a linda sequência final.
(JGC)
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