São Paulo, sábado, 17 de outubro de 1998

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"A Hora Mágica' é labiríntico

do enviado a Brasília

O longa-metragem "A Hora Mágica", de Guilherme de Almeida Prado, teve uma recepção morna por parte do público do Festival de Brasília, anteontem à noite.
A razão talvez esteja na construção labiríntica do filme, que busca entrelaçar várias instâncias de representação: radiofônica, teatral, cinematográfica, televisiva.
No conto de Julio Cortázar que inspirou "A Hora Mágica", "Cambio de Luces", um ator de radionovelas se corresponde com uma fã apaixonada por sua voz. Cada um imagina o outro à sua maneira. Quando finalmente se encontram, tentam conformar a realidade ao que imaginaram.
No filme de Guilherme de Almeida Prado, ambientado no Brasil de 1950, Raul Gazolla é o radioator, Julia Lemmertz é a fã, Maitê Proença é uma atriz canastrona e José Lewgoy faz meia dúzia de personagens.
A história original se perde numa rede de tramas, gêneros e referências. O que fica é o que há de mais característico no cineasta: refinamento formal, elegância narrativa, reiteração do tema da representação e algumas imagens inspiradas, como a linda sequência final. (JGC)



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