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FREE JAZZ - RIO
Noite terá virtuosismo de Shorter e Beck
PATRICIA DECIA
enviada especial ao Rio
Os currículos do saxofonista
Wayne Shorter e do guitarrista Jeff
Beck prometem que hoje será a
noite de maior virtuosismo instrumental do Free Jazz, no Rio. Os
músicos se apresentarão no Main
Stage (palco principal), montado
no MAM (Museu de Arte Moderna), a partir das 21h30.
Shorter, norte-americano, é a
principal atração de jazz no festival. Com mais de 70 discos gravados desde os anos 50, ele já foi diretor musical dos Jazz Messenger de
Art Blakey, participou do quinteto
de Miles Davis, fundou, nos anos
70, o Weather Report, e trabalhou
com grupos latinos.
Em entrevista coletiva ontem, no
Rio, o músico mostrou-se otimista
com relação ao futuro do jazz.
"Existem muitos músicos talentosos surgindo dos quais não temos
notícia. Eles ainda estão brigando
com as gravadoras e com a manipulação dos meios de comunicação, mas vão chegar até nós."
Jeff Beck, britânico, é tido como
um dos guitarristas mais influentes do mundo, passando por vários
estilos, do fusion ao blues e, claro,
o rock. Os ingressos para sua apresentação foram os primeiros a se
esgotar no Rio, o que fez a organização do evento marcar um show
extra para hoje, 17h, no MAM.
O guitarrista deve subir ao palco
acompanhado de banda formada
pela guitarrista Jennifer Batten, o
baterista Steve Alexander e o baixista Randy Hope Taylor.
Depois de dizer que "Django Reinhart é o maior guitarrista de todos os tempos", Beck afirmou,
também em coletiva ontem, que os
jovens aprendem a tocar muito
mais rapidamente hoje em dia.
E completou: "Sou um dos instrumentistas que faz com que a
guitarra continue a evoluir. Não
quero deixar os caras do tecno fazerem tudo apertando um botão".
Amanhã, Beck e Shorter tocam
na versão paulistana do Free Jazz.
Na quinta-feira, o Main Stage carioca foi "inaugurado" pelo californiano Ben Harper e pela Dave
Matthews Band, os dois jovens
candidatos a herdeiros da tradição
musical americana.
Acompanhado da banda Criminals, Harper tocou 15 músicas,
passando pela balada, o funk, o
reggae e o hard rock.
Iniciou o bis ao violão com uma
versão de "Sexual Healing", de
Marvin Gaye, e encerrou-o com
outra cover, "Voodoo Chile".
A platéia se dispersou antes da
entrada da Dave Matthews Band e
não voltou a ficar lotada. Onze músicas preencheram as quase duas
horas do show de Matthews, que
em alguns momentos, como
"Tripping Billies", fez o público
pular. Em outros (caso de
"Crush"), deixou-o sentado no
chão.
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