São Paulo, sábado, 17 de outubro de 1998

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FREE JAZZ - RIO
Noite terá virtuosismo de Shorter e Beck

PATRICIA DECIA
enviada especial ao Rio

Os currículos do saxofonista Wayne Shorter e do guitarrista Jeff Beck prometem que hoje será a noite de maior virtuosismo instrumental do Free Jazz, no Rio. Os músicos se apresentarão no Main Stage (palco principal), montado no MAM (Museu de Arte Moderna), a partir das 21h30.
Shorter, norte-americano, é a principal atração de jazz no festival. Com mais de 70 discos gravados desde os anos 50, ele já foi diretor musical dos Jazz Messenger de Art Blakey, participou do quinteto de Miles Davis, fundou, nos anos 70, o Weather Report, e trabalhou com grupos latinos.
Em entrevista coletiva ontem, no Rio, o músico mostrou-se otimista com relação ao futuro do jazz. "Existem muitos músicos talentosos surgindo dos quais não temos notícia. Eles ainda estão brigando com as gravadoras e com a manipulação dos meios de comunicação, mas vão chegar até nós."
Jeff Beck, britânico, é tido como um dos guitarristas mais influentes do mundo, passando por vários estilos, do fusion ao blues e, claro, o rock. Os ingressos para sua apresentação foram os primeiros a se esgotar no Rio, o que fez a organização do evento marcar um show extra para hoje, 17h, no MAM.
O guitarrista deve subir ao palco acompanhado de banda formada pela guitarrista Jennifer Batten, o baterista Steve Alexander e o baixista Randy Hope Taylor.
Depois de dizer que "Django Reinhart é o maior guitarrista de todos os tempos", Beck afirmou, também em coletiva ontem, que os jovens aprendem a tocar muito mais rapidamente hoje em dia.
E completou: "Sou um dos instrumentistas que faz com que a guitarra continue a evoluir. Não quero deixar os caras do tecno fazerem tudo apertando um botão".
Amanhã, Beck e Shorter tocam na versão paulistana do Free Jazz.
Na quinta-feira, o Main Stage carioca foi "inaugurado" pelo californiano Ben Harper e pela Dave Matthews Band, os dois jovens candidatos a herdeiros da tradição musical americana.
Acompanhado da banda Criminals, Harper tocou 15 músicas, passando pela balada, o funk, o reggae e o hard rock.
Iniciou o bis ao violão com uma versão de "Sexual Healing", de Marvin Gaye, e encerrou-o com outra cover, "Voodoo Chile".
A platéia se dispersou antes da entrada da Dave Matthews Band e não voltou a ficar lotada. Onze músicas preencheram as quase duas horas do show de Matthews, que em alguns momentos, como "Tripping Billies", fez o público pular. Em outros (caso de "Crush"), deixou-o sentado no chão.



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