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Festival Mutek ganha versão paulista
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Evento que propõe apresentar
não top DJs populares, mas nomes que procuram se aventurar
em experimentações eletrônicas e
tecnológicas, o canadense Mutek
ganha um apêndice brasileiro na
semana que vem.
Com apoio do governo do Canadá, o festival, que acontece
anualmente em Montréal, faz
uma turnê pela América do Sul,
com etapas também na Colômbia, na Argentina e no Chile. Em
São Paulo, será dividido em dois:
Mutek Pan Am e Micro Mutek.
O Mutek Pan Am será sediado
no teatro do Sesc Santana, no próximo dia 23, e terá workshops,
mesa-redonda e apresentações ao
vivo de artistas audiovisuais. "Essa etapa tem um caráter mais cultural do que de entretenimento",
diz Marcos Boffa, co-diretor artístico do evento, ao lado de Alain
Mongeau, do Mutek canadense.
"São produtores de eletrônica,
mas todos se apresentarão com
uma parte visual: ou trabalhos em
que eles mesmos produzem a
imagem e o som, ou eles vêm com
gente que trabalha as imagens simultaneamente. É muito mais
uma conectividade multimídia do
que trabalho de VJ."
Dentro do Mutek Pan Am, participarão de mesa redonda o mexicano Fernando Corona (que
atende pelo apelido Murcof), os
canadenses Pheek e Akufen e o
DJ/Rupture. O assunto: selos de
música eletrônica e net labels
(gravadoras criadas e voltadas exclusivamente para a internet).
No mesmo dia, à noite, haverá
as apresentações de Murcof (de
tecno minimal e experimental,
dono do selo Static); da dupla
Deadbeat + Cinetic, de Skolzt
Kolgen (que possui um trabalho
envolvendo música minimalista e
fragmentada, em que os softwares
de música e imagem estão conectados) e de Monolake, em que o
dub empresta características eletrônicas; ele foi um dos principais
desenvolvedores do software
Ableton, utilizado por nove entre
dez DJs que tocam com laptops.
Noite
Dois dias depois (25/11) acontece o Micro Mutek, no clube Lov.e.
A idéia é realizar um "programa
de eletrônica voltada para as pistas", segundo Boffa. A noite terá a
brasileira Eli Iwasa, os canadenses
Akufen e Pheek (este último em
live PA, ou seja, ao vivo) e os alemães Ada e Metope (também em
live PA).
Akufen esteve em São Paulo no
ano passado, dentro do sonarsound. Sua música é uma espécie
de house feita a partir da colagem
de microsamples. Pheek (ou Jean-Patrice Rémillard) improvisa
beats que podem se encaixar tanto em tecno como em house; já
Ada e Metope realizam apresentação de tecno minimal.
"Eles apostam na produção de
música eletrônica, e não apenas
na reprodução de discos", argumenta Boffa, em relação à perspectiva do Mutek. "É um encontro para os produtores dessa eletrônica minimalista que está aparecendo com mais força. Além
disso, o evento dá um empurrão
na eletrônica feita na América do
Norte. Com incentivo do Mutek,
há uma ponte entre o que se faz
em Berlim e em Montréal."
Todos os artistas se apresentam
também em Belo Horizonte, em
25 e 26 de novembro, dentro do
Fórum Eletrônika de Mídia Expandida, na Casa do Conde.
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