São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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Festival Mutek ganha versão paulista

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Evento que propõe apresentar não top DJs populares, mas nomes que procuram se aventurar em experimentações eletrônicas e tecnológicas, o canadense Mutek ganha um apêndice brasileiro na semana que vem.
Com apoio do governo do Canadá, o festival, que acontece anualmente em Montréal, faz uma turnê pela América do Sul, com etapas também na Colômbia, na Argentina e no Chile. Em São Paulo, será dividido em dois: Mutek Pan Am e Micro Mutek.
O Mutek Pan Am será sediado no teatro do Sesc Santana, no próximo dia 23, e terá workshops, mesa-redonda e apresentações ao vivo de artistas audiovisuais. "Essa etapa tem um caráter mais cultural do que de entretenimento", diz Marcos Boffa, co-diretor artístico do evento, ao lado de Alain Mongeau, do Mutek canadense. "São produtores de eletrônica, mas todos se apresentarão com uma parte visual: ou trabalhos em que eles mesmos produzem a imagem e o som, ou eles vêm com gente que trabalha as imagens simultaneamente. É muito mais uma conectividade multimídia do que trabalho de VJ."
Dentro do Mutek Pan Am, participarão de mesa redonda o mexicano Fernando Corona (que atende pelo apelido Murcof), os canadenses Pheek e Akufen e o DJ/Rupture. O assunto: selos de música eletrônica e net labels (gravadoras criadas e voltadas exclusivamente para a internet).
No mesmo dia, à noite, haverá as apresentações de Murcof (de tecno minimal e experimental, dono do selo Static); da dupla Deadbeat + Cinetic, de Skolzt Kolgen (que possui um trabalho envolvendo música minimalista e fragmentada, em que os softwares de música e imagem estão conectados) e de Monolake, em que o dub empresta características eletrônicas; ele foi um dos principais desenvolvedores do software Ableton, utilizado por nove entre dez DJs que tocam com laptops.

Noite
Dois dias depois (25/11) acontece o Micro Mutek, no clube Lov.e.
A idéia é realizar um "programa de eletrônica voltada para as pistas", segundo Boffa. A noite terá a brasileira Eli Iwasa, os canadenses Akufen e Pheek (este último em live PA, ou seja, ao vivo) e os alemães Ada e Metope (também em live PA).
Akufen esteve em São Paulo no ano passado, dentro do sonarsound. Sua música é uma espécie de house feita a partir da colagem de microsamples. Pheek (ou Jean-Patrice Rémillard) improvisa beats que podem se encaixar tanto em tecno como em house; já Ada e Metope realizam apresentação de tecno minimal.
"Eles apostam na produção de música eletrônica, e não apenas na reprodução de discos", argumenta Boffa, em relação à perspectiva do Mutek. "É um encontro para os produtores dessa eletrônica minimalista que está aparecendo com mais força. Além disso, o evento dá um empurrão na eletrônica feita na América do Norte. Com incentivo do Mutek, há uma ponte entre o que se faz em Berlim e em Montréal."
Todos os artistas se apresentam também em Belo Horizonte, em 25 e 26 de novembro, dentro do Fórum Eletrônika de Mídia Expandida, na Casa do Conde.


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