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FASHION
"Reality show" ironiza os mitos da moda
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
"Todo mundo sabe que o mundo da moda é impiedoso. Um dia
você está "in", outro dia você está
"out'", diz a modelo e dublê de
apresentadora Heidi Klum. A frase soa como uma sentença no
meio do "reality show" "Projeto
Passarela". Os 12 estilistas amadores que concorrem no programa
ouvem aquilo como se fossem as
palavras de um oráculo.
Os jovens estilistas vieram de
várias partes dos EUA. Foram
reunidos num flat em Nova York,
não muito longe da Parsons
School of Design, onde usam o laboratório de moda para criar seus
modelos. A cada semana, um deles será eliminado do programa,
que testará, em dez episódios, a
habilidade dos amadores para enfrentar os desafios do negócio da
moda. O vencedor ganhará US$
100 mil (cerca de R$ 220 mil) e um
editorial na "Elle" americana.
No primeiro episódio, chamado
"Inovação", todos foram levados
a um supermercado, onde tiveram que encontrar em poucos
minutos e com apenas US$ 50
(cerca de R$ 110) materiais para
criar um look, apresentado depois num desfile julgado pelos designers Michael Kors e Patricia
Field e pela diretora de moda da
"Elle", Nina Garcia.
O desfile foi um festival de horrores, com sacos de lixo transformados em tailleurs e vestidos de
noite montados a partir de cortinas de banheiro. O episódio de
hoje, às 22h, chama-se "Conceito". No último programa, os três
concorrentes que sobrarem irão
mostrar suas coleções na Fashion
Week de Nova York (o que já
ocorreu, pois a série terminou em
meados deste ano nos EUA).
"Projeto Passarela" é uma espécie de "O Aprendiz", mas muito
mais divertido. Já é um ganho para o espectador ter a exuberante
Heidi Klum como anfitriã, em vez
de algum Roberto Justus. É também mais irônico.
Ao repetir em pequena escala as
tipologias, idiossincrasias e os mitos da moda, ele exibe o quanto há
de fascinante e de ridículo no
mundo fashion.
Projeto Passarela
Quando: hoje, às 22h, no People+Arts
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